São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Procuradoria acusa desvio de Ronivon

Deputado usou equipamentos para se eleger em 1994

XICO SÁ
ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO

O deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) é acusado, em inquérito da Polícia Federal, de desvio de recursos e equipamentos do SUS (Sistema Único de Saúde) para a fundação Sagrada Família, de sua propriedade e administrada por seus parentes.
As verbas e equipamentos hospitalares ajudaram, em 1994, a eleger o deputado, segundo informações levantadas pela Procuradoria da República no Acre.
O inquérito, em andamento, foi aberto a pedido da Procuradoria, que encaminhou um relatório à PF revelando uma série de irregularidades cometidas por Santiago. Em valores de hoje, os desvios chegariam a R$ 1 milhão, segundo apurou a Folha.
Os adversários de Santiago em Rio Branco possuem dossiês inclusive com fotografias dos equipamentos hospitalares sendo instalados na Fundação Sagrada Família, uma entidade filantrópica que serve como base de sustentação política do deputado.
A Procuradoria da República no Acre também constatou o desvio de equipamentos hospitalares da Fundação Banco do Brasil para a Sagrada Família.
Segundo relato dos procuradores, Ronivon Santiago se apropriou de máquinas que seriam doadas pela fundação do banco para hospitais públicos do Acre.
A entidade Sagrada Família montou, tanto com equipamentos do SUS como do Banco do Brasil, uma espécie de mini-hospital para atender eleitores que se comprometessem a eleger Ronivon, segundo a Procuradoria.
Além das conversas das fitas reveladas pela Folha, no ano passado Ronivon Santiago já havia acusado o governador do Acre, Orleir Cameli (sem partido) do pagamento de uma "mesada" de R$ 10 mil aos deputados estaduais em troca do apoio na Assembléia Legislativa.

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