São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Blitz governista leva 15 deputados a recuarem sobre o pedido de CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), devolveu ontem, ao bloco de oposição, projeto de resolução que criava uma CPI sobre a compra de votos de deputados a favor da reeleição.
Temer tinha até amanhã para esperar que a oposição completasse o número mínimo de assinaturas (171 deputados) exigido para a publicação do projeto, o que iniciaria a tramitação da proposta de CPI.
"Das 13 assinaturas retiradas, reverti seis", disse o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), às 13h. "Vamos retirar todas."
Depois dessa declaração, os deputados Aldir Cabral (PFL-RJ) e Carlos Melles (PFL-MG) também enviaram ofício à Mesa da Câmara pedindo a retirada de seus nomes da lista de apoio à criação da CPI.
A oposição divulgou nota oficial em que denuncia "indecorosa pressão de lideranças da base governista com o fim de invalidar a CPI da compra de votos".
Nota
Na nota, os líderes Neiva Moreira (PDT-MA), Aldo Arantes (PC do B-GO), José Machado (PT-SP) e Sérgio Guerra (PSB-PE) destacam que a CPI tem apoio de parlamentares de vários partidos e não deveria ser caracterizada como de interesse somente da oposição.
Ainda de acordo com a nota, a manobra das lideranças governistas para evitar a CPI podem levar a opinião pública a entender que há interesse em impedir que sejam atingidos "os verdadeiros responsáveis pela corrupção".
O PT anunciou ontem à noite que já reuniu mais 40 assinaturas de deputados em apoio à instalação da CPI e que o projeto de resolução será reapresentado terça-feira, dia da próxima sessão deliberativa da Câmara.
Também na terça-feira, a oposição realiza ato público, no Espaço Cultural da Câmara, em apoio à instalação da CPI.
Ao devolver o projeto de criação da CPI à oposição, Michel Temer informou que, na checagem realizada pela Mesa, 25 assinaturas estavam repetidas e três não conferiam com o nome do parlamentar informado na proposição.

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