São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Procurador pede caso para Justiça Federal

Proteção do Estado ao índio é alegada

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os procuradores da República Luís Wanderley Gazoto e Wellington Cabral Saraiva entraram ontem com um pedido de habeas corpus contra a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinando que o julgamento dos acusados da morte do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos seja na Justiça comum.
O habeas corpus foi impetrado no STF (Supremo Tribunal Federal). O procurador Gazoto foi o autor do pedido de transferência do caso para a Justiça Federal que originou o conflito de competência decidido ontem pelo STJ.
"Faço isso contra o ato do STJ, em razão de o tribunal ter mantido os acusados sob uma Justiça que não é a competente", afirmou.
Gazoto afirma querer evitar que a defesa alegue a incompetência da Justiça posteriormente, levando à anulação de todo o processo.
"Quero que o STF resolva definitivamente essa questão. Estamos nos adiantando para que tudo fique claro e para ver se o STF mantém ou não os precedentes", disse.
No requerimento em que pedia a transferência do caso para a Justiça Federal, Gazoto afirmava que o índio é tutelado pela União. Pelo Estatuto do Índio, a pena dos acusados poderia crescer em um terço.
No habeas corpus está incluído o pedido de uma liminar, ou seja, o pedido de que os autos sejam imediatamente remetidos à Justiça Federal. A resposta deve sair hoje.
Quatro dos cinco acusados estão presos. O quinto, menor de idade, está em um centro de reclusão de adolescentes infratores.
O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Walter Medeiros, padrasto de Max Rogério Alves, 19, pediu a soltura do rapaz, mas o pedido foi negado ontem pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

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