São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Negro se acorrenta no consulado dos EUA

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O técnico em administração de empresas Cleiton dos Santos Vitório, 22, se acorrentou ontem em frente ao prédio onde funciona o Consulado dos EUA, no centro do Rio, como forma de protesto por não ter conseguido visto.
Ele tentou, pelo terceiro dia consecutivo, obter um visto para viajar para os EUA.
Segundo Vitório, o visto foi negado por preconceito racial -ele é negro- e pelo fato de não ter emprego com carteira assinada. Mesmo sem emprego fixo, ele afirma ter condições de custear a viagem.
Vitório veio de Vila Velha, no Espírito Santo. Ele diz que não está trabalhando com carteira assinada porque o pai é comerciante e tem condições financeiras.
Ele disse que o consulado alega que ele não tem como provar que não é imigrante. "Estou dando a minha palavra aqui à imprensa e ao povo brasileiro que retornarei ao Brasil. Não tem por que eles fazerem isso comigo", afirmou.
A assessoria de imprensa do consulado disse que não comenta casos individuais e que as exigências feitas a todos os candidatos ao visto são comprovação de laços de família, financeiros e empregatícios, que comprovem o vínculo da pessoa ao Brasil.
O consulado de São Paulo também está sendo acusado por um ex-vice-cônsul de usar critérios raciais para conceder ou não vistos.

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