São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Greve deixa 400 mil sem metrô no Rio

RENATA RODRIGUES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A greve de advertência de 24 horas, feita ontem pelos funcionários do metrô, prejudicou cerca de 400 mil pessoas que utilizam esse transporte diariamente.
O trânsito ficou tumultuado em várias partes da cidade, principalmente nos horários de manhã e no final da tarde. Muitos passageiros foram pegos de surpresa pela greve. As linhas 1 e 2 do metrô ficaram paradas. Segundo o Sindicato dos Metroviários, a adesão à greve foi de aproximadamente 85%.
As negociações entre a empresa e os funcionários para um acordo salarial foram iniciadas em meados de abril. O presidente do sindicato, Evandro Lima, disse que há dois anos os funcionários não têm reajuste. "Nesse período o bilhete do metrô foi reajustado 185% e a empresa demitiu 1.100 empregados, além de ter inaugurado duas novas estações, aumentando assim a arrecadação ", afirmou.
O aumento reivindicado é de 46,88%. "Estamos abertos à negociação, mas não recebemos nenhuma contraproposta da empresa", disse Lima.
Em relação às demissões que aconteceram nesse período, segundo a assessoria, o número é de 800 funcionários e, além dos empregados demitidos por questão de produtividade, houve acordo com funcionários que optaram por um programa de demissão próprio da empresa. O sindicato marcou uma nova assembléia para a próxima quarta-feira.
São Paulo
Em São Paulo, metroviários, motoristas e cobradores de ônibus, ferroviários e trabalhadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) articulam uma greve conjunta para o dia 21.
As três categorias têm data-base em maio e estão negociando reajustes com as empresas.
Segundo os dirigentes dessas entidades, a greve conjunta é "necessária" porque a negativa dessas empresas públicas em conceder qualquer reajuste obedeceria a uma orientação do governo do Estado. No caso dos motoristas de ônibus, segundo o sindicato dos metroviários, a unificação da greve se justificaria pelas duas categorias serem do mesmo setor.
Todas essas categorias já fizeram assembléias que aprovaram o indicativo de greve conjunta.
Motoristas de ônibus ainda terão audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho na próxima segunda-feira.

Colaborou a Reportagem Local

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