São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Advogado diz que viu Paula no local do crime

MÁRIO MOREIRA
SERGIO TORRES

MÁRIO MOREIRA; SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Advogado afirma que tem certeza de que a pessoa que viu no terreno onde atriz morreu era a ré

O advogado Hugo da Silveira apontou ontem à noite a acusada Paula Thomaz como a mulher que estava no local onde Daniella Perez foi assassinada.
Silveira, 64, foi a primeira testemunha do julgamento a ser interrogada pelo juiz José Geraldo Antônio, promotoria e defesa.
O julgamento de Paula, 23, começou anteontem à tarde e deve acabar hoje. Ela é acusada pela morte da atriz, na Barra da Tijuca (zona sul do Rio) na noite de 28 de dezembro de 1992.
O advogado é a principal testemunha do caso. Ele disse no júri que passou pelo local do crime três vezes, entre 21h30 e 22h.
Na terceira vez, ele afirmou ter visto um casal no Santana. Silveira disse não ter visto o rosto do homem, mas descreveu a mulher sentada no banco do carona.
Questionado pelo juiz se tinha certeza de que percebera a fisionomia da mulher, Silveira respondeu: "Perfeitamente".
A seguir, a testemunha descreveu o rosto que assegurou ter visto. "Era uma mulher de rosto redondo, claro, olhando fixamente para a frente, de cabelos compridos que passavam do ombro."
O juiz ainda questionou a certeza de Silveira. "Em um depoimento anterior, o senhor falara de uma mulher morena, agora diz clara."
A testemunha rebateu. "Era morena clara, um rosto branco."
No interrogatório, Silveira disse ter passado no local quando ia à casa da filha, no condomínio Riomar. Ele afirmou que viu um Santana e um Escort vazios parados em uma rua deserta e escura.
Silveira afirmou que só reconheceu Paula dias depois, quando viu uma fotografia dela na primeira página do jornal "O Globo".
"Eu me questionei muito. Queria ter certeza, afinal era uma afirmação muito séria. Não sou irresponsável. Depois ainda vi cenas da Paula na TV. Quando fui prestar depoimento na delegacia tinha plena convicção. A ré era a mulher que estava no Santana", afirmou.
Depois, depôs a testemunha de defesa Paula Mairan, jornalista que passou dois dias com Paula na Polinter, sob identidade falsa, para produzir reportagem publicada pelo jornal "O Dia" em 96.
A defesa insistiu para que a jornalista confirmasse suas impressões de que Paula não parecia ser uma pessoa agressiva. A jornalista confirmou.
Questionada sobre a suspeição de que Paula Thomaz tivesse feito uma encenação para impressioná-la, Mairan disse que a dúvida "é dever do ofício de jornalista".

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