São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Jurado de Pádua prevê condenação

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de participar de cinco júris populares -entre eles o de Guilherme de Pádua-, o funcionário público Octávio Renato de Almeida, 58, arriscava ontem um palpite para o julgamento de Paula Thomaz: a condenação, por quatro votos a três.
Almeida estava acompanhando o julgamento de Paula. Ele afirma que ela tenta passar para o público uma imagem de fragilidade, em oposição à imagem de frieza e agressividade de Pádua.
"Ele agiu como um ator. Falava com o juiz, batia palmas e pedia atenção. Ela faz uma imagem romântica, de uma coitadinha que sofreu na prisão", afirma.
Para Almeida, Paula tenta explorar a imagem de ser uma pessoa comum, que cresceu longe dos holofotes da televisão e que, por infelicidade, foi envolvida em um assassinato.
Ele afirmou, porém, que ela caiu em contradição em alguns momentos do depoimento, no primeiro dia do julgamento. "Nenhum réu diz, num julgamento, que está vivendo o dia mais feliz da vida porque vai provar inocência", afirmou.
Almeida disse acreditar que Pádua era apaixonado por Daniella Perez e que Paula sentia ciúmes do ex-marido. "Acho que um homem apaixonado é capaz de fazer qualquer loucura, mas uma mulher ciumenta é capaz de loucuras ainda maiores", afirmou.
Mesmo assim, ele não quis revelar qual seria seu voto, se estivesse entre os jurados, nem disse como votou no julgamento de Guilherme de Pádua.
A defesa de Pádua chegou a tentar impugnar a presença de Octávio de Almeida no corpo de jurados, porque sua filha teria dado entrevista durante o julgamento.
Octávio de Almeida disse que o trabalho de jurado é desgastante, mas que gosta de participar de júris populares porque conhece novas pessoas e tem contato com situações e experiências enriquecedoras.
Segundo Almeida, os julgamentos de Guilherme e Paula tiveram "um excesso desnecessário de divulgação". Ele disse já ter julgado casos mais graves e de menor repercussão.

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