São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Mappin acerta compra da Mesbla

MARCIO AITH; FÁTIMA FERNANDES

MARCIO AITH; FÁTIMA FERNANDES; FERNANDO PAULINO NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mansur assina carta de intenção para o negócio, que envolve transformar débito em ações

FERNANDO PAULINO NETO
Está praticamente fechada a venda da Mesbla para o Mappin.
Ontem, o empresário Ricardo Mansur, controlador do Mappin, assinou uma carta de intenção para a aquisição da Mesbla, em concordata desde 1994.
O acordo foi fechado com credores da Mesbla. Quase todos eles já aceitaram transformar 93% do débito da empresa em ações. A negociação está sendo feita em torno da compra dessas ações por Mansur.
O débito total da Mesbla com bancos e fornecedores é da ordem de R$ 550 milhões. Levando-se em conta os impostos atrasados, a dívida chega a R$ 800 milhões.
O Mappin, por meio de sua assessoria de imprensa, não nega nem confirma a compra.
"Uma negociação existe e qualquer manifestação da empresa será feita na semana que vem", informa a assessoria de imprensa.
Um grande fornecedor do Mappin disse à Folha que "Ricardinho", o filho de Mansur, o informou sobre a compra da Mesbla. À Folha, o empresário disse que a família Mansur já faz planos para reestruturar a Mesbla.
Entre os principais concorrentes, a compra da Mesbla pelo Mappin já era tida como certa. Michael Klein, dono da Casas Bahia, disse ontem que o negócio seria benéfico para o mercado varejista.
"Vai dar um ânimo às grandes redes de lojas. A Mesbla estava desativada e vai passar a atuar no mercado, incrementando os pedidos às indústrias. Há fornecedores eufóricos com a notícia."
Outras alternativas
Apesar de a carta de intenção ter sido assinada, o executivo contratado para reestruturar a Mesbla, José Paulo Ferraz do Amaral, ainda tenta outras alternativas de negócio no exterior.
Ferraz do Amaral está nos EUA, apresentando a empresa à diretoria da rede de lojas de departamentos J. C. Penney.
Além disso, também estariam interessadas na Mesbla outra rede dos EUA e uma holandesa.
Reestruturação
O executivo não teria dificuldade de juntar ações que dessem o controle para o futuro proprietário. Os bancos BCN, Unibanco e Pontual, que lideram o plano de reestruturação, têm, juntos, cerca de 30% da dívida da Mesbla.
O banco Pactual, que está operando a reestruturação, e Ferraz do Amaral, principal executivo, vão receber, cada um, 8% das ações da Mesbla. Com isso, já haveria 46% do capital à disposição do candidato a dono da empresa.
Os outros 5% necessários para conseguir o controle acionário teriam de ser buscados com os fornecedores e demais credores.

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