São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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OAB pede explicações ao STJD

MARCELO DAMATO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seção Rio de Janeiro, pediu ontem explicações a Carlos Antonio Navega, presidente do inquérito da Justiça esportiva que apura as suspeitas contra o ex-presidente da comissão de arbitragem Ivens Mendes.
A intervenção da OAB é o resultado das divergências entre Navega e o advogado de Mendes, Luís Guilherme Vieira.
O advogado protestou contra o fato de Navega não ter permitido que ele fizesse perguntas ao árbitro Oscar Roberto Godoi.
Godoi é citado pela voz atribuída a Mendes nas gravações divulgadas pela TV Globo.
Ele aparece em um suposto diálogo com o presidente do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia, acerca do jogo Atlético-PR x Vasco, pela Copa do Brasil, dias antes da partida.
Como Mendes teria falado da expulsão do atacante Edmundo e esse fato realmente aconteceu, foi levantada suspeita acerca da atuação do árbitro.
Navega é advogado e auditor do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), onde o caso será julgado na esfera esportiva, no caso de haver processo.
Navega contestou Vieira, afirmando que ainda não existe processo. "Esta fase é de investigação. Qualquer advogado pode participar, mas só para ouvir. Não abro mão de ser o condutor das investigações."
Anulação
As divergências entre Vieira e Navega vêm desde a semana passada. Vieira quer que toda investigação seja anulada.
Anteontem, ele protestou contra o fato de Navega ter desconsiderado como prova as fitas originais com as supostas conversas de Mendes, mas não as reportagens do "Jornal Nacional", que fazem uso delas.
"É um absurdo. Não se pode produzir provas a partir de um ato criminoso", disse.
No final do dia, Navega afirmou não ter nenhuma conclusão sobre a culpa de qualquer um dos citados. Negou que a ausência de três dos quatro convidados esteja atrapalhando a investigação.
Ele anunciou que, na segunda-feira, o secretário-geral da CBF, Marco Antonio Teixeira, será chamado para depor.
Navega disse ainda que vai chamar os dois funcionários da Conaf, de nomes Elenice e Cláudio.

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