São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Juiz paulista diz que foi deixado de lado

MARCELO DAMATO
DO ENVIADO AO RIO

O juiz paulista Oscar Roberto Godoi disse ontem que estava tendo sua carreira prejudicada pelo então presidente da Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol, Ivens Mendes.
Godoi afirmou que, apesar de ser juiz do quadro da Fifa, entidade que rege o futebol mundial, desde o início de 1993 e de ter sido escolhido o melhor juiz paulista por quatro anos consecutivos, só foi escalado para apitar oito partidas do Campeonato Brasileiro do ano passado.
"Em 96, minha carreira internacional se resumiu a um jogo da Libertadores, entre Botafogo e Grêmio."
Segundo ele, não foi chamado para apitar nenhuma partida entre seleções.
Godoi, sem a presença de advogado, depôs por duas horas e 40 minutos no auditório do Superior Tribunal de Justiça Desprotiva.
Ele foi ao Rio sozinho, usando terno com o distintivo da Fifa, e planejava voltar a São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo) ontem à noite mesmo.
O presidente do inquérito, o auditor do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) Carlos Antonio Navega, não quis dar detalhes do depoimento, indicando que isso poderia prejudicar as investigações.
Mas Godoi foi espontaneamente à sala de imprensa da CBF e deu uma entrevista coletiva.
Confirmando o que havia dito à Folha na quarta-feira da semana passada, o juiz afirmou que tinha pouco contato com Mendes. "Só o via nas avaliações e nos seminários de arbitragem. Nunca conversei a sós com ele. Não gostava dele e nem ele de mim."
Acrescentou que não pode ser suspeito pela expulsão do atacante Edmundo, do Vasco, porque não foi iniciativa sua.
"Não vi a agressão dele sobre o Andrei (Atlético-PR). Só o expulsei porque o auxiliar me avisou."
Há oito dias, o auxiliar Marinaldo Silvério confirmou à Folha a versão de Godoi. "Fui eu que o avisei. E o Edmundo agrediu mesmo", disse na oportunidade.
Sobre o fato de seu nome ter sido citado na fita, Godoi disse: "O Ivens falou o meu nome porque eu estava escalado para aquele jogo. Se o juiz fosse o papa João Paulo 2º, ele teria dito o nome dele.
(MD)

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