São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997 |
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Projeto de Turco Loco irrita 'eruditos'
IRINEU FRANCO PERPETUO
Fã da banda carioca Planet Hemp, Turco Loco confirmou que o projeto vale também para a música erudita. "Há excelentes músicos brasileiros em todas as áreas", afirma. "Nada impede que uma orquestra brasileira abra o espetáculo de uma orquestra estrangeira." O vereador vê seu projeto como incentivo à classe artística nacional. "É uma maneira de o artista se tornar conhecido." O pianista brasileiro Gilberto Tinetti dispensa esse tipo de incentivo, qualificando o projeto de "ridículo" e "caipira". "Isso não existe em nenhum lugar do mundo", diz. "É antiestético." A empresária Sylvinha Tinoco afirmou que o projeto "é tão ridículo que não dá nem para comentar". "Como ficaria muito caro pagar o cachê de um artista nacional de alto nível, vão colocar uma atração qualquer para baratear o espetáculo", diz. "O público vai acabar chegando mais tarde, para ver só a atração estrangeira." Irene Kantor, dos Patronos do Teatro Municipal, não crê que o projeto seja viável. "Se nós pagamos o cachê de um artista internacional como o Perlman e o Kissin, quem vai pagar pelo artista nacional?", pergunta. "E o público, vai estar interessado? Você vai ao cinema para ver o filme que escolheu, não uma outra coisa que foi imposta." O Mozarteum Brasileiro e a Sociedade de Cultura Artística preferiram não se pronunciar oficialmente antes de ter acesso ao texto completo do projeto. O Mozarteum manifestou sua perplexidade diante da proposta do vereador, e lembra que, desde sua fundação, em 1981, promove, ao lado dos concertos internacionais, a série Concertos do Meio-Dia, com apresentações exclusivamente de artistas brasileiros. Texto Anterior: Artista catalão estará no Bate-papo Próximo Texto: Grupo faz acordo para evitar processo Índice |
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