São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Comitê dos EUA aprova pílula antiobesidade

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um comitê de cientistas, reunido pelo FDA, a agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA, recomendou, por unanimidade, a aprovação da primeira pílula contra obesidade que não age como moderador do apetite. O comitê recomendou, entretanto, que a venda do novo medicamento seja feita apenas com receita médica.
O FDA costuma seguir as recomendações do comitê. Segundo James Bilstad, chefe do setor de drogas metabólicas da agência, a decisão final deve acontecer dentro de um mês.
A pílula, chamada Xenical, tem como princípio ativo a droga orlistat. Administrada nas refeições, é capaz de se ligar a enzimas pancreáticas, bloqueando a absorção de cerca de 30% da gordura ingerida por uma pessoa.
Entretanto os cientistas advertem que pode haver efeitos colaterais, proporcionais à quantidade de gordura ingerida.
Segundo Jules Hirsch, da Universidade Rockfeller, um dos integrantes do comitê reunido pelo FDA, o Xenical causa uma espécie de "aversão intestinal".
Entre os efeitos colaterais está a produção de fezes gordurosas, efeito da não-absorção da gordura pelo organismo.
Estudos também constataram uma queda na absorção de vitamina D em 20% dos pacientes que haviam feito uso do Xenical.
Por isso os cientistas do comitê recomendaram que o paciente tome suplementos vitamínicos durante o uso do medicamento.
O comitê disse que usuários do medicamento apresentaram uma leve queda dos níveis de colesterol, pressão e níveis de açúcar.
Segundo Robert Sherwin, da Universidade Yale, isso ajudaria a reduzir os riscos de enfermidades cardíacas e diabetes.
Dois estudos reunindo 1.400 pessoas mostraram ainda que o Xenical, associado a uma dieta considerada leve -cortando cerca de 600 calorias por dia de uma ingestão de 2.000 calorias-, ajudou pessoas obesas a perder mais peso em um ano do que as que haviam tomado placebo (substância inócua).
Fumo
A FDA aprovou um medicamento antifumo que não contém nicotina, como outros do gênero. O produto, chamado Zyban, tem como princípio ativo o bupropion hidroclorido e atua em substâncias cerebrais, reduzindo a vontade de fumar e os sintomas da privação.
Segundo os fabricantes, a empresa farmacêutica Glaxo Wellcome, os usuários devem começar a tomar o medicamento uma semana antes da data que em desejam parar de fumar, para dar tempo de o remédio se acumular no organismo. Segundo eles, 49% das pessoas que o tomaram conseguiram ficar sem fumar por um mês, contra 23% dos que usaram placebo.

Texto Anterior: Bebê abandonado é devolvido à mãe
Próximo Texto: Tropas da Turquia matam 87 curdos em operação no Iraque
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.