São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Tropas da Turquia matam 87 curdos em operação no Iraque

Imprensa turca diz que até 70 mil homens participam da ação

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos 87 guerrilheiros curdos morreram em uma auto-intitulada "ação humanitária" turca que consistiu em invadir o norte do Iraque e bombardear bases da guerrilha.
Os turcos dizem que a ação é temporária e visa proteger a parte dos curdos que vive no sudeste do seu território da ação militar do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O número de vítimas foi divulgado pelo Exército, que admitiu uma baixa.
É a maior incursão militar que a Turquia já fez contra o norte do Iraque, segundo a imprensa turca.
Teriam sido mobilizados 50 mil homens, além de 20 mil "guardas rurais" -normalmente curdos leais ao governo de Ancara, recrutados no sudeste do país. A agência "Reuter", entretanto, diz que apenas 7.000 soldados agiram, o que torna a ação inferior à incursão de 1995 (35 mil homens).
Devido às sanções que sofreu após perder a Guerra do Golfo, em 1991, o Iraque praticamente não tem controle militar sobre o norte de seu próprio território.
No ataque, iniciado na quarta-feira, os turcos contam com a ajuda de outra facção curda, o Partido Democrático do Curdistão (PDK), que se opõe ao PKK.
A Força Aérea turca bombardeou pelo menos cinco bases do PKK. Enquanto isso, homens do PDK entravam em choque com os seus inimigos, segundo relatou a agência turca de notícias, "Anatolian" -o líder do PDK, Massud Barzani, não comentou o envolvimento de seu grupo nos conflitos.
O governo iraquiano reclamou da "violação da soberania e integridade" de seu território. A Liga Árabe também protestou.

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