São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Seminário no Rio discute Brasil pós-Real

DA SUCURSAL DO RIO

O futuro do país, tendo como ponto de partida a consolidação do Real, será debatido a partir de amanhã no 9º Fórum Nacional, coordenado pelo ex-ministro do Planejamento (governo Geisel) João Paulo dos Reis Velloso.
O fórum, que vai até quinta-feira com seis painéis, terá a presença de seis ministros de Estado e do presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães. "Vai-se discutir a idéia de que a estabilização econômica se consolida para que o país volte a ter crescimento sustentado e quais as condições para que isso aconteça", diz Reis Velloso.
O tema básico do fórum é "Plano Real e Visão do Futuro Nacional". Na sessão de abertura, falarão o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ministro do Planejamento, Antonio Kandir, e Antonio Carlos Magalhães.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, fará a abertura do primeiro painel, "Plano Real e Crescimento". Segundo Reis Velloso, Malan falará de estabilização e crescimento e se pode ser mantida a estabilização na âncora monetária.
Reis Velloso disse que a grande preocupação na escolha dos palestrantes e dos componentes das mesas-redondas foi "permitir o contraditório". Para ele, a idéia é "começar sempre com as diferentes visões e encontrar convergências que podem acontecer ou não".
O coordenador do fórum acredita que as discussões do primeiro painel terão reflexos no terceiro, marcado para terça, que refletirá sobre a reestruturação da indústria e estratégias empresariais.
O painel terá pronunciamentos do ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo, Francisco Dornelles, e de Luiz Carlos Mendonça de Barros, que falará sobre apoio financeiro à competitividade nacional.
Para Reis Velloso, o painel sobre a indústria nacional colocará questões como de que maneira ela será afetada pela abertura e globalização: "Como pode-se recuperar a competitividade em setores importantes para a exportação?"
A discussão será muito mais de "política industrial e competitividade" e de como o BNDES deve atuar "na nova realidade em que os financiamentos são fatores de competitividade".
No segundo painel, o crescimento econômico será discutido sob a ótica do emprego. Falarão o ministro do Trabalho, Paulo Paiva, e o presidente da CEF (Caixa Econômica Federal), Sérgio Cutolo, sobre a possibilidade de aumento de emprego urbano por intermédio de um novo modelo de financiamento de habitação e saneamento.
O painel, segundo Reis Velloso, mostrará "as diferentes visões" do problema. Falarão pessoas que defendem uma maior flexibilização das relações de trabalho e outras que defendem programas compensatórios. Na quarta-feira, os trabalhos serão abertos com a discussão sobre reforma agrária. "Colocamos a reforma agrária no âmbito da política agrícola."
O painel seguinte foi responsável pelo adiamento do fórum, que estava marcado para a semana passada. As discussões sobre "Perspectivas das Relações com os Blocos Econômicos Regionais", segundo Reis Velloso, vão ficar mais interessantes com as conclusões da reunião da Área de Livre Comércio das Américas, realizada em Belo Horizonte.
O encerramento traz uma novidade para o fórum, que é a discussão sobre as condições de vida nas grandes cidades.

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