São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997 |
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'Não dependo do meu parceiro'
AURELIANO BIANCARELLI
"Logo no início, você descobre a autonomia. Eu não dependo mais do meu parceiro. A camisinha é minha, o corpo é meu, sou eu quem coloco. Mas eu preciso dizer que é feia, chega a chocar. Mas, feio por feio, camisinha masculina não tem nada de bonito. Tem que levar no bom humor. Na primeira vez, o que 'pegava' era a segurança; eu tinha medo que aquilo entrasse, que desaparecesse. Mas você percebe que ela adere ao canal vaginal e o anel do lado de fora garante que ela não entre." No início foi complicado colocar. O anel interno escorrega com a lubrificação, mas isso passou com a prática. Era bom porque meu namorado também queria ver e a gente colocava juntos. Se já tivesse no mercado, seria a primeira a comprar. Acho importante que essa camisinha chegue logo ao Brasil. Tem que divulgar." A dona-de-casa Maria Fátima Rosa, 41, separada, namorado fixo, moradora do Grajaú, zona sul de São Paulo, também participou da pesquisa sobre o preservativo. Suas duas filhas e uma sobrinha também participaram. "Eu e meu namorado já estamos juntos há quatro anos e sempre usamos preservativo. A camisinha feminina foi uma coisa nova, estimulante, aumentou muito as brincadeiras e os jogos entre a gente. Achei muito mais seguro, não tinha risco de rompimento. No início, meu namorado estranhou, achava esquisito, dizia que incomodava. Mas logo passou a gostar, ficou à vontade. Para mim, e para nós mulheres, foi uma responsabilidade a mais, mas foi bom. Até agora, os métodos sempre estiveram na responsabilidade das mulheres, mas esse está nas nossas mãos. A negociação é mais tranquila, não precisa perguntar se ele trouxe a camisinha. Minhas filhas disseram a mesma coisa." (AB) Texto Anterior: Segurança é uma das vantagens citadas Próximo Texto: Uso só continua com reuniões Índice |
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