São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Mediador tenta evitar disputas antes e depois da separação

DA REPORTAGEM LOCAL

Acontece nas melhores famílias: o casamento acaba e deixa em seu lugar uma disputa por patrimônio, pensão e guarda dos filhos. Sem falar nas baixarias. No final, o acordo, com frequência na Justiça, deixa os dois insatisfeitos.
Para tentar funcionar como alternativa nesses casos, há profissionais especializados em técnicas de mediação de conflitos. Eles não se propõem a reconciliar as partes, mas em tentar fazê-las enxergar que têm interesses em comum.
"Ocorre de haver uma laranja e duas pessoas que querem ficar com ela. Uma a quer para fazer laranjada e a outra para fazer um doce. Tentamos mostrar que a coisa se resolve se um ficar com o suco e outro com a casca", exemplifica a psicóloga Angela Oliveira, que preside o Centro Latino-Americano de Mediação e Arbitragem.
Num exemplo concreto, ela conta o caso da ex-mulher que pedia R$ 12 mil de pensão, em nome das filhas. O marido oferecia menos -bem menos, R$ 1.200.
Algumas rodadas de negociação depois, as duas partes concordavam em R$ 7.000. "Era o razoável. O restante, ela pedia como ressarcimento pelo prejuízo emocional que julgava ter tido na relação."
Nos casos de separação, o mediador começa por verificar as reais necessidades e possibilidades dos envolvidos. Depois são feitas sessões de negociação, que costumam durar no máximo dez horas, segundo a mediadora. Na área familiar a mediação custa, em geral, de R$ 50 a R$ 300 por hora.
O mediador não atua em favor de um dos lados e precisa ser chamado com o consentimento das partes. É feito compromisso por escrito e os pactos, também por escrito, com frequência são a base para os acordos legais, diz Oliveira.
Encontro organizado pela entidade que preside, que termina hoje, pretende disseminar a mediação no Brasil.

Centro Latino-Americano de Mediação e Arbitragem - tel. (011) 287-9730

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