São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997 |
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Deficientes mentais chegam à 3ª idade
AURELIANO BIANCARELLI
O outro lado dessa moeda é a constatação de que os profissionais e as instituições não estão preparados para lidar com esse envelhecimento. É essa lacuna que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) pretende suprir com um projeto que acaba de lançar. O programa, batizado de de Cuidados para Pessoas Deficientes Mentais Idosas, nasceu da constatação de que as crianças que começaram a ser tratadas 36 anos atrás, quando a Apae foi criada, estavam ficando velhas. "Até pouco tempo, a maioria dos excepcionais não vivia além da adolescência. Hoje, a medicina e a melhor qualidade de vida estão permitindo uma sobrevida muito maior", afirma Jô Clemente, fundadora e diretora da Apae. A prova está dentro da Apae e na própria família de Jô. Seu filho José Fábio dos Santos Clemente, o Zequinha, portador de deficiência mental, está hoje com 48 anos e mora fora de casa (leia sobre o projeto moradia ao lado). Apesar da ajuda da medicina, o excepcional envelhece mais depressa, apresentando patologias típicas do idoso já aos 30 anos. A intenção do programa é treinar profissionais e criar um espaço -já em obras- onde os idosos possam ser atendidos e tenham atividades esportivas, de recreação, fisioterapia e geriatria. O objetivo é também preparar os familiares para esse envelhecimento. O projeto funcionará a partir de julho e deve consumir R$ 400 mil. "Queremos que seja um plano piloto para ser seguido por outras instituições", afirma Jô. Hoje, a Apae já acompanha 138 idosos, entre os cerca de mil deficientes mentais que atende por ano. Para arrecadar fundos para o programa, a Apae organiza no próximo dia 20, na Estação Júlio Prestes de São Paulo, um grande evento batizado de "Agulhas da Alta Moda Brasileira", reunindo artistas e 46 estilistas num jantar para mil pessoas. Texto Anterior: Mediador tenta evitar disputas antes e depois da separação Próximo Texto: Projeto prevê casas especiais Índice |
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