São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Fotógrafo tem campo de trabalho ilimitado

LIA REGINA ABBUD
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um mercado em ascensão. Esse é o diagnóstico feito por profissionais da fotografia. J.R. Duran, 44, que assina os principais ensaios da revista "Playboy", afirma que a carreira "não tem limites".
Não há possibilidade de haver saturação no mercado de trabalho nos próximos dez anos, na opinião dele. A explicação é simples: o fotógrafo tem pelo menos quatro áreas de atuação (veja quadro).
"As agências de publicidade não param de crescer, e o mercado editorial, em função do prestígio da moda, também oferece muitos trabalhos. O repórter fotográfico sempre terá um bom espaço."
Além disso, ele aponta os comerciais de TV como um novo mercado que está nascendo para os fotógrafos. "Estão contratando diretores de fotografia para garantir a boa qualidade das imagens."
Arnaldo Pappalardo, 42, faz publicidade há 17 anos e confirma o bom momento da profissão. "O mercado é sólido. E a nossa publicidade, que está alcançando qualidade internacional, tem aberto as portas para muitos fotógrafos."
Como não existe curso superior de fotografia, muitos se iniciam em escolas especializadas. Para os fotógrafos mais experientes, essa etapa pode ser dispensada. O melhor caminho a ser trilhado é o da prática, ou seja, comprar os equipamentos e começar a trabalhar.
"Devido à falta de bons cursos no Brasil, o melhor é trabalhar como assistente de um bom fotógrafo", aconselha Duran. "O assistente suga do profissional dicas de iluminação, ampliação, técnicas, cenários", explica Pappalardo.
Um dos problemas da profissão apontado por Pappalardo é a inconstância do mercado: "Os ganhos oscilam muito e dependem dos trabalhos que você faz por mês e dos clientes que conquista".
É fundamental que o fotógrafo iniciante tenha em mente que uma boa formação exige cerca de dez anos de prática. E que não se deixe levar pelo sonho de que a fotografia é uma profissão de glamour.
Os profissionais da fotografia dizem que esse período de aperfeiçoamento faz com que o iniciante desenvolva a observação, a técnica, a imaginação e a sensibilidade.
Máximo Júnior, 34, diretor de fotografia da Escola Panamericana de Arte, concorda que existem fotógrafos autodidatas, mas afirma que o curso "corta caminhos".
"É preferível desenvolver a sensibilidade, os conceitos básicos, as técnicas e a área de preferência desde cedo, não no decorrer da carreira."

Cursos em São Paulo - Abra: 542-8265; Escola Panamericana de Arte: 887-4200; Focus: 607-2219; Imagem e Ação: 3064-1667; Senac: 872-8746. Custam de R$ 400 a R$ 600, sem material incluído.

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