São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Ruas da Pompéia vivem ebulição cultural

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REDAÇÃO

Cerca de 150 mil pessoas devem se reunir hoje para festejar Pompéia. Não se trata de um rito em homenagem à antiga cidade destruída pelo vulcão Vesúvio em 79 d.C.
No centro dessa multidão, que não caberia em nenhum estádio brasileiro, estão músicos, artesãos, dançarinos, mágicos, atores e performers.
Essas são as atrações da décima edição da Feira de Artes da Vila Pompéia, que acontece hoje, entre 8h e 22h, dentro do quadrilátero formado pelas ruas Caraíbas, Xerentes, Ministro Ferreira Alves e Padre Chico.
O organizador do festival, Cleber Falcão Carneiro Pessoa, o autor da estimativa do público de 150 mil pessoas, conta que no ano passado o quarteirão recebeu 120 mil visitantes.
Pessoa justifica a grandiosidade do número com mais números. Este ano a feira reúne um batalhão cultural liderado por 200 atrações, entre grupos de dança, oficinas, performances, grupos circenses e exposições, além de 670 barracas com artesanato e uma programação extensa de shows.
A música, aliás, é o elo de ligação entre as diversas atividades.
Como nos nove anos anteriores, a feira tem um tema central. De acordo com Pessoa, este ano a homenagem é para a "maravilhosa música popular brasileira".
Uma das explicações mais simples para a escolha do tema é a tradição musical do bairro e da própria feira, que já recebeu nomes, então desconhecidos, como Chico César e Mundo Livre.
Desta vez, os seis palcos disponíveis para o evento recebem o impressionante número de 516 músicos. São 54 bandas, 63 guitarristas e nada menos do que 323 percussionistas.
Em sua maioria são aqueles que o organizador da parte musical do evento, José Marcos Pires Bueno, chama de "músicos de músicos". Nomes desconhecidos nas grandes platéias, mas admirados pelos seus semelhantes.
Alguns destaques são os músicos Dinho Nascimento (veja texto abaixo), Bocato (que se apresenta com seu trombone e banda às 17h25, no palco 4) e o grupo Jambêndola (às 20h15, no palco 3).
Entre os maiores trunfos dos organizadores estão músicos cujas carreiras se entrelaçaram com a história do bairro.
Vila Pompéia, região mais conhecida como Pompéia, é conhecida como berço do rock. Grupos como Mutantes, Tutti-Frutti, Patrulha do Espaço e Made in Brazil deram seus primeiros acordes no bairro. Ex-integrantes e integrantes dessas bandas, com o reforço de Johnny Boy, que tocou com Raul Seixas, fecham o festival reunidos no grupo Pompéia Rock'n'Roll Club (às 22h, no palco 1). A banda, que conta com sete músicos, é liderada pelo guitarrista e cantor Luis Carlini, que se apresentava com a cantora Rita Lee e hoje toca com o grupo Camisa de Vênus.

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