São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Empresários têm medo do PC

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Eles vestem ternos com estilo ocidental, fumam charutos, circulam em carros importados, fazem compras em Hong Kong e passam férias nas praias da Tailândia.
Os "novos capitalistas" chineses vivem nesse universo dominado pelo Partido Comunista, cultivando relações com o poder e rejeitando o rótulo de "capitalistas". Preferem ser chamados, por exemplo, de "industrialistas".
Temem entrar em choque com a cartilha do PC, que ainda guarda trechos da antiga retórica.
"Capitalistas" ou "industrialistas", os empresários chineses embarcam nas modas dos novos tempos. O golfe, por exemplo, conquista cada vez mais adeptos.
Em 1994, a China tinha 40 campos de golfe, num investimento total de 10 bilhões de yuans (US$ 1,2 bilhão). A procura era tanta que o governo brecou a construção de espaços reservados a um esporte considerado "burguês" nos tempos da ortodoxia comunista.
Carros importados também estão entre as preocupações dos empresários chineses.
Li Xiaohua, que atua nas áreas de comércio exterior, construção civil e turismo, se tornou, em 1993, o primeiro dono de um carro Ferrari na China. A importação custou US$ 134,9 mil.
O engenheiro Liu Yonghao é um empresário que rejeita hábitos caros. Dono de um império com 10 mil empregados na produção de ração para animais, ele faz questão de dirigir um Santana produzido na China.
(JS)

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