São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997 |
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Termina hoje mais fraca seleção da década
AMIR LABAKI
A inexistência de consenso posiciona ao menos quatro títulos entre os possíveis vencedores da Palma de Ouro. São o americano "The Ice Storm" (Tempestade de Neve) de Ang Lee, o canadense "The Sweet Hereafter" (algo como "a calmaria depois da tormenta") de Atom Egoyan, o austríaco "Funny Games" (Jogos Divertidos) de Michael Hanecke e o iraniano "Ta'm e Guilass" (O Gosto de Cereja) de Abbas Kiorastami. Os derrotados na corrida pela Palma devem ficar com os prêmios secundários de maior prestígio: um possível Prêmio do 50º Festival, o Prêmio Especial do Júri e o de melhor diretor. Para este último, tem boas chances o diretor japonês Shohei Imamura de "Unagi" (Enguia). Nos últimos dias, cresceu também a simpatia por "O Destino" do egípcio Youssef Chahine, uma bem-intencionada comédia musical sobre um filósofo do século 12. A decepção com a qualidade média da disputa deste ano foi implicitamente reconhecida até pelo diretor-geral do evento, Gilles Jacob. Em entrevista à edição diária da "Moving Pictures", Jacob afirmou que "os grandes festivais internacionais estão enfrentando um ano de produções fracas". O equilíbrio em chave baixa não propiciou também grandes solos de interpretação. O prêmio de melhor atriz deve ficar entre a austríaca Susanne Lothar ("Funny Games"), a revelação francesa Isabelle Carré ("Une Femme Défendue") e a americana Sigourney Weaver ("Ice Storm"). O de melhor ator dificilmente escapa das mãos do britânico Ray Winstone ("Nil By Mouth", de Gary Oldman) ou do americano Kevin Klyne ("Ice Storm"), apesar do forte lobby francês pela premiação do veterano Michel Serrault, que debuta no festival protagonizando o primário "Assassinos" de Mathieu Kassovitz. Prêmios do júri devem destacar contribuições individuais para filmes menores. A bela trilha de Ry Cooder para o decepcionante "The End Of Violence" (O Fim da Violência) de Wim Wenders merece ser lembrada. O simpático mas esticado "Western" de Manuel Poirier, um "road movie" pelo interior da França, também deve levar algo. O júri de Cannes-97 é presidido pela atriz francesa Isabelle Adjani. A seu lado estão as atrizes Gong Li e Mira Sorvino, os cineastas Mike Leigh, Tim Burton e Nanni Moretti, os escritores Paul Auster e Michael Ondaatje e dois artistas de tênue ligação com o cinema, o diretor de teatro suíço Luc Boundy e o coreógrafo francês Patrick Dupond. O crítico Amir Labaki está em Cannes a convite da organização do festival O canal TV paga Bravo Brasil transmite a cerimônia de encerramento do 50º Festival de Cannes às 14h, com reprise às 22h Texto Anterior: Como funciona a 'alquimia chinesa' Próximo Texto: Filme de Egoyan vence prêmio da crítica Índice |
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