São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Filme de Egoyan vence prêmio da crítica

AMIR LABAKI
ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Confirmando o equilíbrio da competição deste ano, o filme canadense "The Sweet Hereafter" de Atom Egoyan venceu ontem numa disputa cerrada o prêmio da crítica do 50º Festival Internacional de Cinema de Cannes. É a segunda vez que o cineasta é premiado pela Fipresci (Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica), repetindo o triunfo de 84 com "Exótica".
A escolha foi justificada pela "complexidade de sua visão e a riqueza de sua sensibilidade". "The Sweet Hereafter" (algo como "Calmaria Depois da Tempestade") trata do impacto numa cidadela de um trágico acidente com um ônibus escolar. O prêmio Fipresci para os filmes fora de competição foi para "Viagem Ao Princípio do Mundo", de Manoel de Oliveira. Em seu último papel, Marcelo Mastroianni interpreta um velho cineasta que volta à sua cidade natal.
Egoyan confirma assim sua boa posição na disputa pela Palma de Ouro, que será anunciada hoje às 19h15 (14h15 do Brasil). Contudo, devido à mais fraca competição desta década, não se pode falar num favorito destacado. Após o anúncio a cerimônia, será exibido como filme de encerramento o thriller político americano "Absolute Power", de Clint Eastwood.
A inexistência de consenso posiciona ao menos quatro títulos entre os possíveis vencedores. Além de "The Sweet Hereafter" há o americano "The Ice Storm" (Tempestade de Neve) de Ang Lee, o austríaco "Funny Games" (Jogos Divertidos) de Michael Hanecke e o iraniano "Ta'm e Guilass" (O Gosto de Cereja) de Abbas Kiorastami.
Os derrotados na corrida pela Palma devem ficar com os prêmios secundários de maior prestígio: um possível Prêmio do 50º Festival, o Grande Prêmio do Júri e o de melhor diretor. Para este último, têm boas chances também o japonês Shohei Imamura ("Unagi") e o egípcio Youssef Chahine ("O Destino").
O prêmio de melhor atriz deve ficar entre Susanne Lothar ("Funny Games"), Isabelle Carré ("Une Femme Défendue") e Sigourney Weaver ("Ice Storm"). O de melhor ator dificilmente escapa das mãos de Ray Winstone ("Nil By Mouth", de Gary Oldman) ou de Kevin Klyne ("Ice Storm").
O prêmio de roteiro pode ser concedido postumamente ao cineasta americano John Cassavetes, por "She's So Lovely" (Ela É Adorável), dirigido por seu filho Nick. Também tem chance a dupla Brian Helgeland-Curtin Hanson pela adaptação do policial "L.A. Confidential", de James Ellroy. Um Prêmio do Júri pode destacar uma contribuição artística específica.
A competição foi encerrada ontem com a apresentação de "The Serpent's Kiss" (O Beijo da Serpente) do francês Philippe Rousselot, drama sobre um industrial que vai a falência para construir um jardim para sua esposa.

O crítico Amir Labaki está em Cannes a convite da organização do festival.

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