São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Juiz manda prender envolvidos em escândalo

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

O juiz federal Adolfo Bagnasco determinou anteontem a prisão de Aldo Dadone e Ricardo Martorana, ex-presidentes do Banco Nación e da IBM-Argentina, respectivamente.
Ambos estão foragidos -assim como o ex-subsecretário-geral da presidência Juan Carlos Cattáeno, o ex-diretor do Nación Alfredo Aldaco e o ex-diretor da IBM-Argentina Gustavo Soriani.
Todos estão envolvidos no escândalo gerado pelo contrato de US$ 250 milhões entre o Nación e a IBM, que teria pago US$ 37 milhões em propinas para conseguir a exclusividade de informatizar as 525 agências do banco no país.
Os diretores do banco são acusados pelo juiz de ter dirigido a licitação a favor da IBM. Os diretores da filial argentina da empresa norte-americana são acusados de pagar as propinas.
"Tudo indica que o trâmite licitatório foi uma fachada instrumentada para formalizar uma decisão tomada de antemão (beneficiar a IBM), em troca de uma importante soma de dinheiro", diz o juiz Bagnasco no seu despacho.
O escândalo estourou em 1995, e o contrato nunca foi cumprido.
O escândalo poderá atingir o atual secretário-geral da Presidência, Alberto Koan, um dos auxiliares mais próximos do presidente Menem. Cattaéno era seu assessor direto. A Justiça investiga se Koan sabia das irregularidades.
O ex-ministro Domingo Cavallo também pode ser envolvido no escândalo, pois os funcionários do Nación que estão sendo investigados trabalharam com ele no Ministério das Relações Exteriores e chegaram ao banco com seu apoio.

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