São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Arafat defende morte para quem vende terra

Líder palestino fala em traidores

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, disse apoiar lei que estabelece pena de morte para palestinos que vendam terras para judeus.
Arafat, em entrevista publicada ontem pelo jornal israelense "Yediot Ahronoth", disse ser seu "direito e obrigação proteger" as terras palestinas.
"Estamos falando de traidores isolados. E nós vamos impor a eles o que está nos códigos legais", afirmou.
As declarações foram criticadas por Israel e pelos EUA.
Segundo comunicado do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, "a decisão é em essência racista". A secretaria do gabinete prometeu apresentar uma reclamação sobre o assunto perante a Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Israel havia acusado a ANP de estar envolvida no assassinato recente de dois palestinos suspeitos de vender terras a judeus.
Crítica norte-americana
"Os EUA condenam qualquer lei ou decreto que ameace de morte palestinos que vendam terras a judeus", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Nicholas Burns.
"Os americanos estão se esquecendo do ponto principal da questão. Israel usa esse subterfúgio para confiscar terras", disse o negociador palestino Hassan Asfour.
Os EUA, o principal mediador da paz no Oriente Médio, têm falhado em conseguir com que palestinos e israelenses retomem negociações. O processo está paralisado desde que Israel iniciou a construção de 6.500 casas para israelenses em Jerusalém oriental, área reivindicada pelos palestinos.

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