São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
Próximo Texto | Índice

Removendo obstáculos; Nova fase; No limite; Investimento futuro; Reformas esgotadas; Dupla beneficiada; Dança dos números; Misturando temas; Dourando a pílula; Esperança federal; Guinada à direita; Não me deixem só; Mordomo da República; Acertando as contas; Público interno

Removendo obstáculos
Com o objetivo de abrir espaço para Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) na coordenação política, FHC disse a Sérgio Motta que o ministro está fora desta área. Pediu que ele se recolhesse à pasta das Comunicações.

Nova fase
FHC convidou Luís Eduardo Magalhães para assumir a coordenação política do governo. Aguarda a resposta. O pefelista escolheria entre ser ministro ou líder do governo na Câmara.

No limite
FHC ficou contrariado com Serjão ao identificá-lo como a fonte do noticiário sobre mudanças de rumo e estilo do governo. Mesmo após a denúncia de compra de voto, ele insistiu em continuar falando pelo presidente sem autorização.

Investimento futuro
Deputados tucanos acreditam que, se Luís Eduardo assumir a coordenação política, o crédito do pefelista junto a FHC aumentaria muito. Avalia-se que o deputado garantiria o apoio do presidente na sucessão de 2002.

Reformas esgotadas
Quem conversa com Luís Eduardo sai com duas impressões: 1) ele é um defensor da revisão constitucional em 99 e 2) substituiria a política dos 308 votos na Câmara, buscando aprovar projetos que precisem do apoio de 257 dos 513 deputados.

Dupla beneficiada
Com o desgaste de Serjão, cresce a importância dos ministros Eduardo Jorge (Secretaria Geral) e Clóvis Carvalho (Casa Civil). O ministro das Comunicações sempre teve relação de disputa pelo apreço de FHC com os dois.

Dança dos números
Pesquisa Ibope, realizada entre 7 e 13 de maio, mostra que a aprovação ao governo FHC caiu de 70% para 49%. A desaprovação subiu de 21% para 42%. As primeiras denúncias sobre compra de votos na reeleição foram publicadas pela Folha no dia 13.

Misturando temas
Para Esperidião Amin, FHC fez ontem um "discurso mercadológico". "Há público para esse discurso de autoridade e de ordem", diz o senador pepebista. Leia-se: o presidente pegou a oportunidade para retomar a ofensiva na crise da reeleição.

Dourando a pílula
A Executiva do PSDB vai discutir a conveniência de um referendo para legitimar a emenda da reeleição. Proposta do vice-líder Nárcio Rodrigues (MG).

Esperança federal
Segundo Kandir (Planejamento), dos 42 projetos do programa Brasil em Ação, 25 têm conclusão garantida até 98. As metas e o fluxo de dinheiro de 12 estão sendo revistos, mas estarão prontos. Porém, há 5 em situação difícil.

Guinada à direita
FHC deu um recado ontem aos setores conservadores da sociedade brasileira. Quis mostrar que, fora ele, não haveria alternativa para garantir a "estabilidade econômica" e, sobretudo, a "estabilidade política".

Não me deixem só
FHC tentou deixar claro que a crise da reeleição seria também a crise da elite. Por isso, falou em autoridade contra movimentos sociais e defendeu a honestidade do governo. Aliados, porém, acham que exagerou ao citar as "baionetas" (ameaça militar).

Mordomo da República
Aconselhado pelo PFL, FHC tentou jogar para o Congresso a responsabilidade pelo fracasso parcial das reformas administrativa e da Previdência. Há pouco tempo dissera que as reformas não eram fundamentais. Ontem, elas viraram "indispensáveis".

Acertando as contas
Secretário-executivo da Previdência, José Cechin vai hoje a São Paulo ajuizar na Justiça Federal ações contra devedores do INSS. Só os 21 maiores débitos no Estado somam R$ 191 mi.

Público interno
Eliseu Padilha aproveitou o discurso de posse no Ministério dos Transportes, ontem, para advertir o DNER. O órgão será enxugado. A face executiva acabará. Ficará a função reguladora.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Genoino (PT), sobre FHC condenar os métodos usados pela oposição, dizendo que são tão válidos quanto as "baionetas":
- Diante da crise social que vivemos, o presidente não pode responder dessa maneira a uma manifestação infeliz do Stédile. FHC segue arrogante, criando clima artificial de radicalização.

Próximo Texto: Doido para ser ministro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.