São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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PT tenta 'fato novo' para conseguir CPI

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT avalia que só um fato novo pode vencer a pressão do governo contra a criação de uma CPI para investigar o escândalo do mercado de votos. Para vencer essa resistência, aposta na "indústria de denúncia" do partido.
O foco da suspeita petista localiza-se na bancada de Roraima. "Acho que existe coisa lá e estamos correndo atrás", disse José Dirceu, presidente nacional do partido.
O dirigente acha que, com a decisão do governo de "esvaziar" o Congresso nos próximos dias, só uma nova denúncia seria capaz de driblar a barreira erguida contra a abertura de uma CPI.
"Estamos fazendo o possível para obter as assinaturas para a CPI, mas agora vamos depender de um fato novo", declarou Dirceu.
O presidente do partido esteve nos dois últimos dias em Brasília para comandar a luta pela CPI. Dirceu escalou o deputado Paulo Bernardo (PR) para coordenar cerca de quinze militantes que tentam estabelecer vínculos entre votos da bancada de Roraima a favor da emenda da reeleição e benesses governamentais que teriam sido concedidas em troca.
A bancada de Roraima foi unânime a favor da emenda da reeleição, incluindo-se aí os representantes do PPB, que tinha em Paulo Maluf um dos articuladores do campo contrário ao presidente da República.
Bernardo é o especialista da bancada do PT na análise do Orçamento. Foi o representante da legenda na comissão de sindicância que investigou preliminarmente o mercado de votos.
"No campo parlamentar, a pressão do governo desmascarou o discurso de Fernando Henrique Cardoso a favor da apuração do caso", disse Dirceu.
Atos
O PT marcou para a próxima quarta-feira, no parque do Ibirapuera, em São Paulo uma caminhada em defesa da criação da CPI do mercado de votos. As principais lideranças do partido, incluindo-se aí Luiz Inácio Lula da Silva, devem participar.

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