São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Bola parada faz goleador do Gaúcho-97

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O artilheiro do Campeonato Gaúcho não atende pelo nome de Paulo Nunes, o astro do Grêmio, ou de Arílson, a estrela do Internacional. O atacante que mais acertou as redes adversárias até agora na competição chama-se Marcus Vinícius e joga no pequeno Guarani, de Venâncio Aires.
O desconhecido jogador, que já marcou 25 gols, dificilmente será superado na artilharia do campeonato desse ano. O vice-artilheiro, Luizinho, do Brasil, de Pelotas, tem 14 gols. Faltam apenas nove rodadas para o final da disputa.
Tendo o pretexto de não ter jogado várias partidas do Grêmio, Paulo Nunes marcou oito gols. A justificativa do meia Arílson, que fez seis, é a própria posição que ocupa no Internacional, que também lhe impõe obrigações defensivas.
Marcus Vinícius, 23, disse que pretende quebrar o recorde de gols da história do Campeonato Gaúcho, obtido por Baltazar, que marcou 28 em 1980, pelo Grêmio.
Nascido em São José dos Campos (SP), o atacante do Guarani espera ser contratado por algum clube que dispute o Campeonato Brasileiro no segundo semestre.
O passe de Marcus Vinícius está vinculado ao São José, de sua cidade natal, mas pertence à empresa Tecsat. O jogador disse que o Guarani, que tem a preferência de compra, pagará o valor estipulado pelo seu passe -R$ 200 mil. Depois, o clube de Venâncio Aires (128 km a noroeste de Porto Alegre) deve revendê-lo por mais.
Bola parada
A especialidade de Marcus Vinícius, que atua pelo lado esquerdo do ataque, é a cobrança de faltas. Dos 25 gols marcados no Gaúcho-97, 13 foram de falta. Batendo pênaltis, fez mais quatro.
Profissional desde 1993, Marcus Vinícius costuma ficar em campo ao final dos coletivos. No expediente extra, aprimora a pontaria, cobrando em média cem faltas.
Os mestres da cobrança em quem ele procura se inspirar são o ex-craque Zico e Marcelinho, do Corinthians. "Prefiro o chute colocado", disse.
Marcus Vinícius diz estar ambientado ao Rio Grande do Sul, pois, em 94, saiu do São José para jogar pelo Aimoré, de São Leopoldo (região metropolitana de Porto Alegre) e, em 95, vestiu a camisa do Esportivo, de Bento Gonçalves (serra gaúcha).
Em 96, jogou quatro meses no Milionários de Bogotá (Colômbia), onde enfrentou problemas de adaptação e até ameaças da torcida (leia texto abaixo).
Casado com Flávia, o atacante planeja ter o primeiro filho em breve. Mas não pensa em igualar o feito do pai, Mário Cardoso de Morais, que teve 11 filhos, 7 homens e 4 mulheres. Marcus Vinícius é o caçula.

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