São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Drugstore faz celebração de Salvador Allende em novo CD

WAGNER ARAUJO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LONDRES

A banda Drugstore está cheia de novidades. Feliz, de disco novo (o segundo) em finalização, nova formação, e, como a vocalista, baixista e letrista brasileira Isabel Monteiro revela com exclusividade para a Folha, contratada por uma nova gravadora.
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Folha - Não sendo uma banda tipicamente inglesa, é mais difícil de 'acontecer'?
Isabel Monteiro - É superdifícil para qualquer artista tentar fazer sucesso no seu próprio país. Mas eu acho que é dez vezes mais difícil fazer sucesso no exterior. Para o tipo de música que a gente faz, indie, o mercado maior é na Inglaterra. Nós últimos cinco anos houve um rejuvenescimento da música britânica. A cada dia parecem surgir 50 bandas novas, todas com talento. É difícil!
Folha - O que aconteceu com a gravadora do Drugstore?
Monteiro - A Go! Discs foi vendida para a Polygram. Oficialmente agora a Drugstore é parte da Polygram. Essa situação é interessante porque nos assinamos com a Go! Discs por eles serem independentes, por darem para a gente liberdade de criação.
Folha - Como está a formação do grupo hoje?
Monteiro - O guitarrista é o original, Darren, que é inglês, temos um baterista novo, irlandês. E adicionamos um violoncelista, inglês. A maioria das bandas, quando pensa em entrar num som diferente, adiciona guitarra. Nós adicionamos um celo.
Folha - Vocês gravaram na Espanha.
Monteiro - Eu prefiro gravar na Espanha, no sol, do que em Londres, poluição, céu cinzento... Eu estava com uma vontade incrível de fazer um LP mais vibrante, mais alegre que o primeiro disco. Aquele foi diferente, composto no meu quarto. Dois anos se passaram, minha vida mudou muito, meu espírito está mais positivo.
Folha - O novo trabalho já tem data de lançamento?
Monteiro - Setembro. E se Deus quiser vamos conseguir uma turnê com a banda Radiohead. Eu fiz um dueto bonito com o Thom Yorke (vocalista do grupo inglês) no LP. Se chama "El Presidente", é sobre o Salvador Allende.
Folha - Quanto vendeu o primeiro disco?
Monteiro - No mundo inteiro, 100 mil cópias. Não é um LP muito comercial.
Folha - E o Brasil?
Monteiro - A gente não tocou ainda no Brasil. Meu sonho não é só tocar, mas alugar um jipão, levar a banda para conhecer o litoral de São Paulo e do Rio. A minha impressão é de que a moçada não vai acreditar.

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