São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997 |
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9º Troféu HQ Mix premia artistas de 96
PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
No total, são 44 prêmios, contando o de "melhor apresentador de HQ Mix", homenagem dos organizadores Jal e Gualberto ao "fala garoto" Serginho Groisman, que apresentava o evento pela sétima vez. Os próprios troféus já homenageavam o criador do "Menino Maluquinho". Modelados pelo artista plástico Wilson Iguti, foram feitos à imagem do Pererê, personagem criado por Ziraldo em 1960. No seu discurso, o cartunista disse que estamos atravessando um momento de "revival" nestes anos de final de milênio, e "nós vamos lembrar o que fizemos neste século. Se Deus quiser, entraremos com o Pererê para o século 21". Outro destaque da noite ficou por conta de Laerte, recordista do HQ Mix. Ao ser eleito como melhor roteirista e desenhista brasileiro de 1996, o artista alcançou o escore de 13 estatuetas HQ Mix, em apenas nove anos do prêmio. Ele já havia sido premiado nas categorias de revista de humor (com "Piratas do Tietê", em 1990 e 91), álbum de humor ("Gato e Gata", 94), roteirista nacional (de 1988 a 90) e desenhista nacional (em 1990). Com Angeli e Glauco, os outros membros dos "Los 3 Amigos" -que atualmente são quatro, com a entrada de Adão-, Laerte havia recebido os prêmios de melhor revista de humor (1989), tira nacional (92) e álbum de humor (94). A "Vira-Lata", revista que é distribuída em presídios de São Paulo e do Paraná, e que ensina como se contrai ou não o vírus HIV, foi premiada como melhor "graphic novel" nacional. O personagem é um ex-detento, que vive aventuras nas ruas de uma grande cidade ou rodando pelas estradas do país, sempre seguindo seus códigos de honra e sobrevivência -transar, por exemplo, ele só faz de camisinha. Os autores Paulo Garfunkel e Libero Malavoglia já haviam sido agraciados com o prêmio de homenagem especial da HQ Mix em 1994, quando o personagem foi criado. O baiano Gonçalo Junior recebeu o Prêmio HQ Mix de pesquisa -categoria que permanecia sem vencedores desde 1988. Ele realizou o trabalho "A Incrível Guerra dos Gibis - Quadrinhos e Censura, 1894 a 1964". Realizado após dez anos de pesquisa, o trabalho de Gonçalo analisa a censura sobre as HQs nacionais -segundo ele, a censura brasileira foi maior que a de qualquer outro país. Como ele próprio disse, seu trabalho foi o único premiado da noite ainda inédito. Embora com o texto já pronto há meses, Gonçalo ainda não encontrou editora para publicá-la como livro. Homenagens internacionais No plano internacional, o eterno astro Frank Miller foi premiado três vezes: melhor álbum de terror/ficção/aventura, pelo sinistro "Sin City", melhor argumentista e melhor desenhista estrangeiro, pelo mesmo material. "Dilbert", a irônica série de Scott Adams que deita e rola em cima do conceito de reengenharia, faturou o prêmio de melhor tira estrangeira, quebrando a hegemonia de sete anos seguidos de vitórias da hoje extinta "Calvin". Para o ano que vem, quando completa a marca de dez anos, o HQ Mix pretende acrescentar às suas fileiras exposições de quadrinhistas portugueses. O intercâmbio faria parte da associação luso-brasileira de quadrinhos, firmada anteontem durante a entrega dos prêmios (veja box). Texto Anterior: Drugstore faz celebração de Salvador Allende em novo CD Próximo Texto: Brasil fecha acordo com Portugal Índice |
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