São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
SINAIS DE DESEMPREGO Ainda não há dados definitivos de que a produção e o emprego terão em 97 um desempenho fraco. E existem, porém, mais sinais de manutenção de um crescimento baixo que de retomada da atividade econômica. Chama a atenção que em 96 pouco menos da metade dos acordos registrados na Justiça do Trabalho tenha resultado em aumentos iguais ou inferiores à inflação acumulada. No primeiro trimestre, o desemprego na Grande São Paulo medido pelo Seade-Dieese foi o mais alto desde 93. O número de greves em dissídios coletivos já vinha caindo no ano passado e continuava em queda até meados deste mês. Pode ser um sinal de melhora nas relações capital-trabalho, mas a incerteza devida ao desemprego contribui decerto para a retração do movimento sindical. O aumento dos benefícios indiretos nos últimos anos, constatado em estudo da CNI, compensa em certa medida a moderação nos reajustes salariais. Mas, assim como na avaliação das greves, tal fenômeno pode ser atribuído à sofisticação das demandas trabalhistas ou, diferentemente, ao estreitamento da margem de manobra de empresas e trabalhadores. Sob a forte pressão dos importados e sem maior vigor econômico, o recurso a benefícios sobre os quais não incidem encargos sociais -aí incluídos desde restaurante até a participação nos lucros- pode ser o caminho encontrado para enfrentar um cenário pelo menos morno na economia. A Federação do Comércio registrou neste Dia das Mães vendas inferiores às do ano passado. O índice de emprego da Fiesp ainda não mostrou recuperação. Estaria ocorrendo, segundo a Anfavea, queda na venda de automóveis. São indícios, mais que provas, de atividade contida. Mesmo assim, ficam turvas as perspectivas de melhora no nível de emprego. Texto Anterior: CORRUPÇÃO DA LIBERDADE Próximo Texto: RODÍZIO DE NOVO Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |