São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Presidente afirma que centralização é autoritária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem o repasse de poder e responsabilidades a Estados e municípios como forma de dinamizar a reforma agrária. FHC considera a centralização de poder nas mãos do presidente uma forma de "autoritarismo".
"Não pode ser matéria do governo federal (a reforma agrária). Não pode. Tem que ser, também, dos governos estaduais e municipais", disse FHC diante de uma platéia de prefeitos, vereadores e secretários estaduais e municipais de Transportes, no Palácio do Planalto.
"Isso se quiser efetivamente fazer (reforma agrária) e não simplesmente se transformar numa bandeira. E (o que fazem) agora é querer pregar (a bandeira) no governo federal", completou.
FHC aproveitou o discurso para dar uma resposta ao presidente de honra do PDT, Leonel Brizola -sem citar o nome dele-, que anteontem, em programa do partido em cadeia de rádio e TV, atribuiu ao presidente a responsabilidade por problemas no país, já que o regime é presidencialista.
"É um atraso ser contra a municipalização. É um atraso e me apieda ver pessoas que pensam que são progressistas querendo que tudo seja resolvido pelo presidente da República. Isso é autoritarismo, não é progressismo", disse FHC.
Logo depois da cerimônia, indagado se o recado foi direcionado em resposta ao programa do PDT, o presidente desconversou: "Nem vi o Brizola", afirmou.
O presidente aproveitou uma cobrança feita pelos secretários -a da aprovação do novo Código Nacional de Trânsito- para inaugurar, na prática, o seu novo estilo de repassar tarefas ao Poder Legislativo, anunciado anteontem.
Ele recomendou que se faça pressão sobre o Congresso (no caso, sobre a Câmara), e não sobre o governo, para acelerar a tramitação desse projeto.

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