São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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País faz 'road show' para vender bônus

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro fará três apresentações no exterior para investidores estrangeiros com o objetivo de divulgar o lançamento dos novos bônus com prazo de 30 anos.
Eles serão lançados para substituir parte dos atuais títulos da dívida externa.
É a primeira vez que o Brasil lança papéis de prazo tão longo espontaneamente. Será lançado no mercado, no mínimo, US$ 1 bilhão em bônus novos para troca da dívida externa velha -renegociada em 1994.
As propostas de interessados devem ser apresentadas até o próximo dia 3 de junho. O resultado será divulgado pelo Banco Central no dia seguinte.
Primeira etapa
A primeira etapa da rodada de apresentações dos bônus com prazo de 30 anos -conhecidos informalmente como Brasil-27, porque vencerão no ano de 2027- será em Nova York (EUA), dia 27 próximo.
O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, estará presente, acompanhado de seu consultor, Márcio Cartier, e do chefe do Dediv (Departamento da Dívida Externa), José Linaldo de Aguiar.
Franco participará somente do "road show" em Nova York.
No dia 28, a apresentação será no Hotel Four Seasons, em Boston (EUA). A equipe brasileira estará no dia 29 próximo em Londres.
Contas externas
O governo aposta que o lançamento dos bônus Brasil-27 ajudará a reduzir os gastos com as contas externas. Os juros dessa operação são mais altos, mas Franco argumenta que as taxas incidirão sobre um valor menor (principal da dívida reduzido) e com prazo mais longo.
O governo brasileiro comprará papéis da dívida antiga com desconto, reduzindo o tamanho da conta principal, e também poderá abater a dívida interna com o resultado da colocação dos títulos no mercado.
O país ainda poderá resgatar garantias que estão no BIS (Banco para Compensações Internacionais, na Suíça, uma espécie de banco central dos bancos centrais de todo o mundo) e vendê-las.
Com isso, o governo brasileiro arrecadaria mais dinheiro para comprar títulos antigos com desconto e reduzir ainda mais a dívida externa.
Franco já descartou a possibilidade de o Brasil vender as garantias em um grande lote, o que desvalorizaria os papéis.
Hoje o valor principal da dívida externa brasileira em "bradies" -papéis emitidos em 1994- é de US$ 43,919 bilhões. O valor passível de troca é de US$ 26,076 bilhões.

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