São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Votos à venda; 'Basta de baderna'; Sem-teto; Responsabilidades; Trabalho infantil; Butantan; Pracinhas

Votos à venda
"Em nome da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, quero parabenizar a coragem e o profissionalismo da Folha e de sua equipe de jornalistas pela forma séria e transparente com que vem investigando e divulgando o episódio da compra e venda de votos para a aprovação da emenda constitucional da reeleição."
Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (São Bernardo do Campo, SP)
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"Se o tal de Ronivon Santiago é mesmo maluco (ou muito vivo!) a ponto de vender o seu voto pela reeleição e depois contar a história para um nebuloso "Senhor X" numa risível gravação, é o caso de indagar-se também quanto poderá ter recebido, por exemplo, da oposição para encenar esse papelão.
Agora, é só dar-lhe mais R$ 200 mil e ele provavelmente grava de novo, talvez com um "Senhor Y", afirmando que quem lhe deu a grana foi o FHC.
E assim se tentará chegar de novo a outro impeachment, tão à conveniência dessa oposição que, no voto, não consegue levar nunca."
Urbano Alberto A.S. Barreto (São Paulo, SP)
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"Aproximam-se as festas juninas, e 'quadrilhas' é que não faltam: 'quadrilha' dos precatórios; 'quadrilha' da reeleição; 'quadrilha' do futebol; 'quadrilha' dos PMs e muitas outras que surgirão até lá."
Wagner Marins de Carvalho (São Paulo, SP)
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"Não elegemos deputados e senadores para fazer CPIs. Desde o esgotamento do ciclo autoritário, vivemos uma sucessão denuncista de CPIs inconclusas, ineficazes, estéreis, demagógicas e hipócritas.
A Folha e a 'Veja' incitaram o processo pró-impeachment de Collor e, mesmo assim, a corrupção não acabou. Conclusão: não é por aí."
José Luiz Dutra de Toledo (Ribeirão Preto, SP)

'Basta de baderna'
"Os brasileiros esperam que, realmente, o presidente da República ponha um basta nas ações dos agitadores que se intitulam líderes do MST, como José Rainha e Stedile, que desafiam há muito tempo, impunemente, as leis e as autoridades brasileiras."
Adir de Castro (Belo Horizonte, MG)
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"O presidente Fernando Henrique está chegando onde estavam os militares. Já chama os movimentos populares de baderna. Daqui a pouco, irá inventar alguma teoria sobre segurança nacional, com todas as implicações que uma posição como essa acarreta: censura, repressão, perseguição etc."
Luiz Taddeo (São Paulo, SP)

Sem-teto
"Estou indignado com a morte dos três sem-teto em São Mateus. A Polícia Militar, mais uma vez, deu provas de ser despreparada. Mais revoltante ainda é saber que o governador Mário Covas considera a morte de pessoas como operação legítima da PM."
José Zico Prado, deputado estadual pelo PT-SP (São Paulo, SP)
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"Percalços, excessos, falhas de avaliação ou de execução, inevitáveis em qualquer organização, por mais perfeita e evoluída que seja, não podem empanar ou destruir o valor histórico e o trabalho heróico da milícia bandeirante. Por essas razões, entre tantas outras, sinto-me a cada dia mais honrado em integrar os seus quadros."
Paulo Wilson de Oliveira Bueno, ex-comandante da academia de Polícia Militar do Barro Branco (São Paulo, SP)

Responsabilidades
"Não poderia deixar de parabenizar o artigo do professor Joaquim Falcão sobre 'privatizar as responsabilidades' (15/5). Precisamos 'desaprender' a máxima de esperar que tudo caia do céu (ou do Estado) para a nossa vida.
A Promosul iniciou, em abril de 97, um trabalho profundo com a família dos nossos carvoeiros. Consideramos que, dessa forma, a nossa parcela de contribuição está iniciada."
Sueley Araujo de Barros Sorato, assessora de imprensa da Promosul -Fundação de Promoção Social de Mato Grosso do Sul (Campo Grande, MS)

Trabalho infantil
"Parabenizo esse jornal pelo excelente trabalho de pesquisa publicado em 1º de maio (Infância Roubada), retratando a realidade degradante de milhares de crianças usadas como mão-de-obra no país."
Dalila Figueiredo, deputada federal (Brasília, DF)
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"É com satisfação que o Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) registrou a iniciativa da Folha de publicar, no último dia 1º, um caderno especial sobre trabalho infantil. A abordagem múltipla do assunto terá, com toda a certeza, ajudado a sensibilizar os cidadãos brasileiros para essa grave questão."
Isa Maria de Oliveira, secretária-executiva do Conanda (Brasília, DF)

Butantan
"Quero cumprimentar Rogério Cezar de Cerqueira Leite pelo seu magnífico artigo em defesa de Isaias Raw. O extenso 'pedido de informação' do deputado Pedro Dallari invadiu atribuições meramente administrativas, devidamente respaldadas pelo conselho diretor do Instituto Butantan. Deu voz o deputado, sem conferir, a pessoas insatisfeitas, que o informaram mal."
Walter Colli, diretor do Instituto de Química da USP (São Paulo, SP)

Pracinhas
"A epopéia dos pracinhas e marinheiros, hoje esquecida pelos poderes públicos, inclusive as Forças Armadas, completou 52 anos. A dos que lutaram contra o regime militar, chamados de anistiados, apenas 18. Mas, no momento, eles estão sendo somados.
A coroa de louros que lhes cobria a cabeça foi arrancada e jogada no lixo, neste país sem memória. De heróis ontem, foram transformados hoje em odiosos vilões. Pelos proventos que percebem, com a maioria no fim da vida, são expostos à opinião pública como se fossem os responsáveis pelo crescimento das dívidas interna e externa e, daqui a pouco, podem ser apontados como inventores do Proer.
Fascistas e saudosistas do regime militar: deixem os pracinhas e os anistiados em paz. Tirem-lhes o dinheiro dos proventos, mas não lhes maculem a honra, pois esta foi conquistada com valentia e bravura."
Batista de Paula (Rio de Janeiro, RJ)

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