São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997 |
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SUS tem 50% de pacientes desnutridos
NOELLY RUSSO
O mesmo estudo apontou ainda que a desnutrição é responsável por um aumento de 38% no número de óbitos hospitalares, em relação a pacientes com níveis nutricionais adequados. O estudo foi feito em 17 hospitais de Estados como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, entre outros, e no Distrito Federal. Foi aberto um "inquérito" para avaliar a qualidade nutricional oferecida pelos hospitais e a prevalência do problema nos pacientes desses estabelecimentos. A desnutrição aumenta a possibilidade de o paciente piorar. Caso piore, esse paciente tende a permanecer mais tempo internado. Como os casos estão ligados ao SUS (Sistema Único de Saúde), a maior permanência implica maiores gastos públicos com remédio, internação e serviços médicos. "Não melhorar o sistema nutricional nos hospitais públicos significa mais dinheiro gasto pelo governo. Com procedimentos simples, esse dinheiro poderia ser aplicado em outras áreas", diz Dan Waitzberg, terapeuta nutricional e diretor do Grupo de Apoio Nutricional Enteral e Parenteral. Segundo Waitzemberg, entre os procedimentos mais simples estaria a orientação aos profissionais que trabalham em hospital. "Às vezes, um nutricionista tem sob seu controle mais de um andar inteiro. A dieta dos pacientes varia. Um precisa de mais proteína, outro não. Esse profissional tem de cuidar dos pratos oferecidos. Nem sempre há tempo de checar se o paciente se alimentou." Os níveis de desnutrição encontrados variam de moderado a grave e só foram avaliados no caso de pacientes que estavam internados. Um tipo de desnutrição chamada primária é mais recorrente em população de baixa renda, que não tem condição de manter uma dieta alimentar balanceada no dia-a-dia. Texto Anterior: Remédio 'despertador' chega ao país Próximo Texto: Doenças se agravam com maior facilidade Índice |
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