São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Cenário em 98 não atrapalharia reeleição

DA REPORTAGEM LOCAL

O déficit das contas correntes não deve se deteriorar a ponto de atrapalhar os planos de reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Essa é a opinião de sete dos dez economistas e empresários que responderam a uma enquete feita pela Folha.
Quase todos, no entanto, afirmaram que a situação do déficit nas contas correntes será um limitador do crescimento do PIB (Produto Interno) no ano eleitoral.
As previsões sobre a expansão da economia em 98 oscilaram entre 2% e 4% sobre 97.
As reservas também devem se manter em um patamar seguro -entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões-, segundo a maioria dos entrevistados.
Só o ex-presidente do BC (Banco Central) Ibrahim Eris arriscou prever que as reservas em 98 estarão abaixo de US$ 45 bilhões.
5% do PIB
Já o déficit das contas correntes foi estimado entre US$ 32 bilhões e US$ 40 bilhões, números que corresponderiam há cerca de 5% do PIB de 96 (estimado em US$ 750 bilhões).
As importações em 98 podem atingir US$ 70 bilhões, segundo uma das previsões. O teto das exportações seria de US$ 55 bilhões.
A possibilidade de uma crise cambial não foi descartada, mas os entrevistados consideram pouco provável que ela aconteça ou que o governo promova desvalorizações em um ritmo acelerado.
A expectativa é que os rumos da política cambial não sejam alterados, o que significa que as desvalorizações da moeda continuarão no mesmo ritmo, um pouco acima da taxa de inflação.
Investimentos
Os investimentos estrangeiros diretos também devem crescer em 98. As previsões variam de US$ 8 bilhões (sem contar as privatizações) e US$ 22 bilhões. Esses investimentos ajudariam a financiar o crescimento do déficit.
Eliminada a possibilidade de uma crise cambial, a inflação ficará abaixo da casa dos 10%, acreditam economistas e empresários.
A expectativa da maior parte dos entrevistados é que o índice de inflação fique entre 5% e 7% no próximo ano. Quem arrisca taxas maiores, fala em 8% ou 9%.

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