São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Industriais criticam política do governo

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os industriais não estão satisfeitos com a política de estímulo a 18 setores produtivos prioritários que o MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo) quer colocar em prática.
Para José de Freitas Mascarenhas, presidente do Conselho Permanente de Política Industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria), seriam preferíveis políticas "horizontais".
Ou seja, ações que abrangessem todos os setores e aumentassem a eficiência de todo o sistema.
Os 18 setores foram pinçados pelo MICT de acordo com três critérios: maior densidade tecnológica, potencial de aumento de produção para atender a demanda interna e, principalmente, capacidade de competir no mercado exterior.
São eles: bens de capital, químico, siderúrgico, naval, automotivo, autopeças, tratores e máquinas agrícolas, fundição, alumínio, eletroeletrônico, informática, papel e celulose, construção, têxtil e vestuário, calçados e couro, móveis, brinquedos e pesca.
Segundo Maurício Cortes, secretário de Comércio Exterior do MICT, são os setores que demandam mais investimento em pesquisa de desenvolvimento de produtos e de busca de mercado.
Portanto, poderiam aumentar a participação de itens mais elaborados na pauta de exportações, dominada pela maior competitividade de agrícolas e minerais.
Esses setores representam boa parte da indústria de transformação do país, a mesma que foi responsável pela perda de US$ 17,67 bilhões na balança comercial entre 1993 e 1996, segundo o MICT.
A cifra representa o seguinte desequilíbrio: a indústria contabilizou déficit comercial de US$ 6,938 bilhões em 96, quando tinha superávit de US$ 10,732 bilhões, em 93.
Documento do MICT constata que o baixo dinamismo da indústria é reflexo da incapacidade de expansão das vendas externas.
A intenção é eliminar os gargalos que limitam a competitividade desses setores. As propostas do ministério, em geral, tratam do acesso ao crédito mais favorável, da isenção ou diminuição de tributos e do desenvolvimento de marcas e design dos produtos.
(DCM)

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