São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Efeito de estímulo à exportação deve durar dois anos

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As medidas adotadas pelo governo desde 1996 para estimular as exportações devem trazer resultados satisfatórios na balança comercial apenas daqui a dois anos, segundo estimativas da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Até lá, os déficits devem ser recorrentes, afirma Sandra Rios, chefe do Departamento de Comércio Exterior da CNI.
Isso porque o governo tem suas mãos amarradas quando se trata de controle de importações, por conta dos compromissos assumidos de abertura comercial.
A última tentativa foi a medida que restringiu o financiamento às importações, baixada no final de março sob a argumentação de que não se tratava de um mecanismo de comércio exterior.
Segundo Sandra, os investimentos orientados para o aumento das exportações começaram apenas neste ano e, assim como as medidas de estímulo, precisam de tempo para sua maturação.
Nos últimos dois anos, afirma ela, houve recuperação nos investimentos nos setores produtivos. Mas tiveram como objetivo o aumento da capacidade de atendimento ao consumo interno.
O cenário que prevalece neste ano mostra a perda de espaço das exportações brasileiras no mercado internacional -principalmente de produtos manufaturados.
Barreiras comerciais
Isso acontece basicamente por força da baixa competitividade do produto, do aumento da demanda interna e das barreiras comerciais impostas pelos importadores, como os Estados Unidos.
Daí a preocupação do governo em estimular os 18 setores industriais que apontam potencial de aumento de exportações.
Os produtos agrícolas -dos básicos aos manufaturados- foram responsáveis por 30% das exportações em 1996 e continuam evitando desequilíbrio maior.
Os embarques de produtos agrícolas foram US$ 8,409 bilhões maiores que as importações de mercadorias concorrentes no ano passado.
São produtos que conseguem manter competitividade no exterior, mas dependem da safra, da política de financiamento e dos preços internacionais.
É o caso da soja, cujos embarques devem totalizar US$ 5 bilhões neste ano -US$ 500 milhões a mais que no ano passado.
(DCM)

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