São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Internet

RODRIGO BUENO

Foi-se o tempo em que, para ser reconhecido internacionalmente, um jogador precisava chegar à seleção nacional.
Hoje, com o advento da Internet, os atletas podem alcançar prestígio nos cinco continentes sem ter disputado nem sequer uma única partida fora do país.
Os principais empresários de jogadores de futebol do planeta estão começando a descobrir a rede, colocando seus atletas -leia-se mercadorias- na grande vitrine da atualidade.
Juan Figer, o mais famoso agenciador de jogadores do Brasil, montou seu site, no qual aparecem currículos de 21 atletas nacionais, e já vem tendo substancial retorno.
O atacante Jamelli, um dos "produtos" do site, pode deixar o longínquo Japão, onde defende o Kashiwa Reysol, para atuar no Real Madrid. O time espanhol está prestes a pagar US$ 9 milhões pelo jogador, que foi cedido pelo São Paulo ao Santos por míseros US$ 250 mil.
A Fifa não só tem dado todo o respaldo às transações de atletas via Internet, como também divulgou em seu site o nome dos 233 empresários que oficialmente reconhece no mundo.
Curiosamente, o Brasil, um emérito exportador de craques, tem só três agenciadores oficiais -além de Figer, Leo Rabelo e Sylvio Tukasa Aki.
A Inglaterra, país com maior número de empresários legitimados pela Fifa, possui 40 nomes na lista da entidade. Outras 11 nações, entre as quais estão Suíça, Escócia, Bélgica e Noruega, têm mais agenciadores oficiais que o Brasil.
Surpresas à parte, o que importa mesmo é que a Internet virou importante aliada dos empresários do futebol e deve contribuir para a multiplicação dos negócios do esporte.
Para se ter uma idéia de como as coisas mudam em 20 anos, basta lembrar de como Figer suou para trazer, pioneiramente, os uruguaios Pedro Rocha, Forlan e Mazurkiewicz ao Brasil na década de 70.

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