São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Indy despreza retorno à famosa prova

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MADISON

A Indy não tem pressa de voltar a Indianápolis. Esse foi o discurso dos "chefões" da categoria durante a semana em Madison (EUA).
A IRL decidiu extinguir a "reserva de mercado" no grid das 500 Milhas de Indianápolis. Na edição do ano passado e na prova de hoje, 28 das 33 vagas do grid foram reservadas aos pilotos que participam do campeonato da IRL.
Em 98, todo piloto que tiver os equipamentos homologados pela IRL poderá participar da prova.
O presidente da Cart (entidade que dirige a Indy), Andrew Craig, diz que os torcedores "não devem se deixar enganar".
Segundo ele, a nova regra não significará a volta da Indy a Indianápolis, pois ainda haverá exigências quanto a chassis e motores.
Roger Penske, dono da equipe Penske, disse que descarta a idéia de retornar a Indianápolis no ano que vem. No início da temporada, a Penske foi apontada, ao lado da Walker, como uma das equipes mais interessadas na volta das 500 Milhas ao calendário.
A atitude dos dirigentes visa enfraquecer a IRL. Um eventual retorno das grandes equipes a Indianápolis em 98 daria "sobrevida" à categoria de Tony George.
Brasileiros
Os pilotos brasileiros dizem sentir falta da corrida, mas também descartam um retorno a Indianápolis nos próximos anos.
"É uma corrida especial, que faz falta no calendário", disse Raul Boesel, da Brahma-Patrick, que correu nove vezes as 500 Milhas e foi terceiro colocado em 89.
"Mas ainda não ouvi ninguém falar sobre voltar a Indianápolis."
Mauricio Gugelmin, da PacWest, concorda com Boesel. "Com o regulamento atual, não dá. Só iríamos para lá se pudéssemos correr com os nossos carros."
O piloto participou de duas corridas em Indianápolis. Seu melhor resultado foi um sexto lugar.
"Não sinto muita falta das 500 Milhas", disse Gil de Ferran, piloto da Walker. "Talvez seja porque só corri lá uma vez, em 95. Para mim, a prova não tem todo aquele significado, aquela tradição."
Ferran não foi bem em sua única corrida em Indianápolis. Acabou com a 29ª posição.
Na tentativa de substituir a prova de Indianápolis, foi criada, no ano passado, a US 500, disputada no veloz circuito oval de Michigan e no mesmo dia da prova rival.
A derrota na disputa pela audiência, no entanto, fez a Cart mudar de estratégia. Este ano, a US 500 será disputada em julho.

O jornalista Fábio Seixas viaja a Madison a convite da Brahma

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