São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997![]() |
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Trocadilhos ganham vida em 'Poemas'
MÔNICA RODRIGUES COSTA
A peça, adaptada, dirigida e manipulada pelo grupo As Graças (Eliana Bolanho, Juliana Gontijo e Vera Abbud), trabalha, com talento, poemas de José Paulo Paes na forma de teatro de bonecos. É difícil ver um resultado poético eficiente no palco, principalmente porque os poemas de Paes, apesar de engraçados, são sutis para a compreensão infantil. "Cemitério", por exemplo, que inspirou uma das cenas mais atraentes da montagem, faz trocadilhos embutidos nos personagens, como a pulga CIDA que tomou insetiCIDA e era uma pulga suiCIDA ou o morCEGO que morreu de um amor CEGO. O assunto principal são as brincadeiras com palavras, pelas crianças Ana e Juca, representadas por bonecos, que recitam os poemas. As manipuladoras são ágeis. Enquanto Juca canta, pássaros passeiam pela paisagem. Um deles põe um ovo na cabeça do boneco. O ovo cria asas e desse modo as cenas vão se costurando. Aparecem o gato chinês -um dos poemas mais bonitos-, que mia "ming-au", gatos em formas de leques, uma pescaria, bolhas de sabão e o fundo do mar. Tudo isso para revelar uma visão paradisíaca da infância e da poesia. Cenários variados e bonecos foram confeccionados por Luiz Maia, ilustrador de "Poemas para Brincar", e Beto Lima, do grupo de teatro Pia Fraus. A trilha sonora apóia os diálogos e está bem colocada, diferenciando os ritmos dos poemas, e marcando os sons que caracterizam os cenários, sejam os ruídos do cemitério ou os da cidade pulsando. Peça: Poemas para Brincar Direção: As Graças Onde: Auditório Alceu Amoroso Lima (r. da Consolação, 2.333, tel. 255-1384) Quando: sábados e domingos, às 16h Quanto: R$ 10 Texto Anterior: CD é de pop desconjuntado Próximo Texto: Repente é opção a mesmice de domingo Índice |
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