São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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País se tornou inóspito a estrangeiros

RICARDO BONALUME NETO
DO ENVIADO ESPECIAL

A comunidade estrangeira do ex-Zaire, atual Congo, já foi bem maior no passado. Seu destino reflete as vicissitudes políticas. Hoje é bem menor o número de europeus e de provenientes do Oriente Médio no país, e a comunidade, por enquanto, tende a diminuir.
"Isto aqui era uma maravilha, havia raparigas de toda a Europa", lembra um jovem português. Kinshasa, a capital, era, e até certo ponto ainda é, famosa pelas suas casas noturnas e discotecas.
Os colonizadores belgas eram 100 mil quando se deu a independência. Com o fim da colonização, em 1960, os estrangeiros (ou muitos filhos de europeus nascidos ali) começaram a fugir do país. Hoje mal chegam a 3.000.
Essa fuga acelerada de quadros foi tão prejudicial ao país quanto o fato de os belgas não terem se preocupado em educar uma elite local. Cada comunidade procurava um "nicho" entre as ocupações que não interessavam aos zairenses, ou paras as quais eles não teriam capital ou tino suficientes.
Havia por exemplo milhares de gregos donos de fazendas de café no leste do país. Os libaneses, indianos e portugueses se ocupavam, a muitos deles ainda se ocupam, do comércio.
Entre as menores comunidades estrangeiras estão os raros brasileiros, como o pastor evangélico José Aragão da Silva. O pastor, que vive em Kinshasa, prega em português e é traduzido para línguas africanas, dominadas pelos nativos, por dois angolanos.
(RBN)

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