São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Votos à venda; Polícia e prevenção; Reforma administrativa; Medicamentos; Cerco a Cuba; Horário político; Armas da cultura; Desvalorização cambial; Meios e fins; Skatistas

Votos à venda
"O episódio ratifica um pensamento disseminado no Brasil: os políticos, em geral, e os deputados, em particular, são vendilhões mesmo. Contam-se nos dedos de uma mão os que são realmente sérios e honestos. Não gosto de admitir, mas às vezes a melhor saída é, de fato, o aeroporto de Cumbica."
Roberto Massei (Ourinhos, SP)
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"Sou filiado ao PSDB desde 1989. Nestes últimos anos, acompanhei as atividades políticas do ministro Sérgio Motta. Por outro lado, considero a Folha o jornal mais digno e mais bem elaborado do país. Boa parte das minhas atitudes sempre foi pautada por suas idéias e propostas.
Assim, apesar de uma certa restrição ao trabalho político do ministro, estou horrorizado pelo que a Folha está fazendo com ele: vocês já o condenaram antecipadamente."
Valdir Amado da Silva (São Paulo, SP)
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"Vez por outra, algum leitor aparece nesta coluna contestando Carlos Heitor Cony por suas críticas a FHC. Todavia, diante das circunstâncias, nunca é demais lembrar que o articulista, em 1º de março de 96, escrevia: 'O atual governo foi eleito com uma quantia que faria o PC suicidar-se'."
Paulo Gouveia (São José do Rio Preto, SP)

Polícia e prevenção
"A Polícia Militar, por meio da Tropa de Choque, vem, há mais de três meses, desencadeando uma operação de prevenção da violência nas esquinas, tendo nesse período conduzido aos distritos policiais mais de 1.100 pessoas em estado de suspeição. Na área de assistência social, mais de mil carentes foram conduzidos ao S.O.S. Criança e aos albergues existentes na cidade.
Não se verificou nenhuma queixa concernente a cárcere privado, abuso de autoridade, constrangimento ilegal, maus-tratos ou outro tipo de abuso contra quem quer que fosse.
À medida que os argumentos contrários eram refutados e a sociedade passava a apoiar tais operações, a PM continuava a executar as operações de prevenção, com uma tropa que é considerada a mais militar de toda a polícia -a Tropa de Choque.
Assim, pode-se facilmente perceber que a estética militar é um benefício à organização policial, e o abuso do poder de polícia ocorre exatamente quando a estética militar é aplicada com menor intensidade."
Abaré Vaz de Lima, capitão da Polícia Militar (São Paulo, SP)

Reforma administrativa
"O artigo do ministro Bresser Pereira (pág. 1-3, 18/5) explica e justifica plenamente a proposta de reforma administrativa por ele apresentada. Mostra também o caminho certo para o governo: a busca de um caminho político novo e cândido, que possa privilegiar a ordem e a justiça social."
José Aristodemo Pinotti (São Paulo, SP)

Medicamentos
"O novo ministro da Saúde determinou a extinção da Central de Medicamentos (Ceme). Considerou melhor, pura e simplesmente, repassar verbas para múltiplas áreas do país. É provável que tenha sido influenciado pelo fato de esse órgão não estar cumprindo de forma satisfatória os desígnios definidos quando ele foi implantado.
Parece-me que teria sido melhor enveredar por correções. É indispensável citar que só mandar dinheiro, que tomara seja polpudo, constitui comportamento simplista, porquanto desprestigia as necessárias coordenação e supervisão e envereda para o 'cada um por si', perigoso no campo da saúde pública e facilitador de politicagens."
Vicente Amato Neto (São Paulo, SP)

Cerco a Cuba
"A respeito do artigo 'O cerco de Cuba' (pág. 1-3, 18/5), tenho pena do arquiteto Oscar Niemeyer, que apóia a ditadura do carrasco Fidel Castro. Eu vivi o inferno do comunismo no Leste Europeu, do 'camarada Tito', que resultou no caos que hoje existe.
Chega de pregações, stalinistas disfarçados! O Brasil precisa de paz."
Kosta Vatef (São Paulo, SP)

Horário político
"Gostaria de dar os 'parabéns' a mais uma 'esperteza' da classe política: horário político em conta-gotas. Agora, somos obrigados a engolir propaganda eleitoral como se fosse comercial de 30 segundos, de repente, no rádio e TV.
E nós, cidadãos comuns, poderemos, quando muito e desesperadamente, pedir a volta dos programas de uma hora. Assim poderemos desligá-los."
Raimundo Antonio Natal Pellizzon (São Paulo, SP)

Armas da cultura
"O prédio em que funcionou, na Luz, o trevoso Dops, cenário de horrores no regime militar (eu sei, porque estive lá), vai virar um espaço cultural. A medida, das mais louváveis, segue sentido inverso ao do famigerado general que dizia: 'Quando ouço falar em cultura, saco logo meu revólver."
Hugo Maia (São Paulo, SP)

Desvalorização cambial
"É muito fácil para um empresário como o sr. Antonio Ermírio de Moraes dizer que é preciso desvalorizar o real para equilibrar a balança comercial. Essa manobra já foi feita tantas vezes para 'ajudar' a indústria brasileira que não se fala de outra coisa! É preciso que a indústria procure métodos para enfrentar de frente o problema. Chega de se apoiar no governo para tudo!"
Eliezer Andrade (Rio Claro, SP)

Meios e fins
"O episódio recente do assassinato do pataxó Galdino dos Santos, bem como os números do narcotráfico divulgados pela Folha em 11/5, nos obrigam a recusar a lição de Maquiavel: o fim não justifica os meios. É necessário retomar outra lição, a de Martin Luther King: os meios são parte do fim.
A sociedade brasileira só terá condições de encontrar saídas se as forças sociais comprometidas, teoricamente, com os direitos humanos os vivenciarem na prática. Por um lado, cabe ao governo reconhecer os efeitos criminógenos da sua política econômica; por outro, a duplicidade ética e moral que grassa na sociedade é terreno fértil para a reprodução de exterminadores sem futuro e a multiplicação do exército de narcotraficantes."
Edna Roland, presidente da Fala Preta -Organização de Mulheres Negras (São Paulo, SP)

Skatistas
"Gostaria de expressar minha indignação com a Revista da Folha pela reportagem feita sobre os jovens há algumas semanas. Como skatista e frequentador do vale do Anhangabaú, senti-me particularmente ofendido com a afirmação 'os skatistas vão ao vale do Anhangabaú para beber pinga e xingar homossexuais'. Se alguns dos skatistas que vão ao vale praticam tais atos, isso não se aplica de um modo geral."
Marcus Vinicius Andrade e Silva (São Paulo, SP)

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