São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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EUA distribuem camisinhas com sabor

ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA

O sexo oral é o novo alvo dos educadores que trabalham com adolescentes nos Estados Unidos. Eles perceberam que muitos jovens, com medo da Aids, viam esse tipo de relação como uma forma segura de estar junto.
Para Elaine Sarfati, enfermeira da Hunter High School, uma escola de elite em Nova York, "o sexo oral não é visto pelos adolescentes como uma atividade sexual".
"Ficou claro que muitos alunos estavam praticando sexo oral. Eles achavam que estavam mais ou menos se beijando, que era apenas um ato prazeroso sem perigo de gravidez ou de doenças sexualmente transmissíveis", disse Sarfati, em entrevista à Revista da Folha, por telefone.
Além de discutir o tema com os alunos, a escola colocou, em um armário no banheiro, duas caixas de camisinhas: uma normal, com espermicida, e outra com sabor de menta, para o sexo oral, junto com panfletos explicativos.
Para a enfermeira, as crianças estão se interessando cada vez mais cedo pelo assunto. "Dou aula de educação sexual para crianças a partir de 10 anos, e alguns têm um conhecimento incrível sobre sexo. O número de crianças que hoje pensam sobre o assunto é bem maior do que era antigamente", afirma.
A psicóloga Cydelle Berlin, diretora do Programa de Prevenção à Aids para Adolescentes do Mount Sinai Medical Center, Nova York, compartilha dessa opinião.
"Para um crescente número de crianças, sexo oral é um assunto sobre o qual pensam cada vez mais, entendem cada vez mais e, muitas vezes, fazem", disse Berlin, também por telefone, de Nova York.
Para ela, a educação sexual "deveria começar no jardim da infância". "As crianças são muito curiosas. Ao obter respostas satisfatórias às suas perguntas, se sentem mais seguras para retomar o assunto quando estiverem mais velhas."

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