São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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PSDB quer lugar de Santos

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB aceita a entrega da liderança do governo na Câmara a Luís Eduardo Magalhães (PFL), mas quer o ministério de Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), que é do PMDB. O PMDB não abre mão do poder que tem e o tom da sua posição foi dado ontem pelo líder Geddel Vieira Lima.
"No Palácio (do Planalto), já basta o presidente da República, e o PMDB não aceita a saída de Luiz Carlos Santos e não abre mão dos seus espaços."
A reivindicação dos tucanos por um espaço "mais expressivo" na articulação política foi feita ontem pelo líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), depois de se encontrar com FHC no Palácio da Alvorada.
Aécio disse a FHC que o PSDB aceita que o líder do governo na Câmara seja Luís Eduardo, caso o presidente abra outro espaço para o PSDB.
O deputado disse que pediu ainda que a reforma na articulação política fosse mais ampla.
"Deve haver a mexida na articulação política. É o momento. Mas não deve ficar restrita a mexer uma peça.". Aécio defendeu que o PSDB ganhe um "espaço novo, central, junto ao presidente da República".
Ministério
Parlamentares tucanos disseram que esse "espaço novo" poderia ser o Ministério Extraordinário para a Coordenação de Assuntos Políticos, hoje ocupado por Santos (PMDB).
Aécio acha que o tucano ideal para ocupar a função é o ex-líder José Aníbal (SP).
O deputado tucano terá novo encontro com FHC hoje, após conversar com parlamentares do seu partido. Segundo ele, o quebra-cabeça da articulação política do governo será montado até a próxima segunda-feira e o ministro Sérgio Motta (Comunicações) não deve ser afastado completamente da coordenação política.
Aécio foi chamado na manhã de ontem ao Alvorada. FHC está consultando os líderes aliados na Câmara sobre as alterações na articulação política.
Sexta-feira foi a vez do líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE). No sábado, Inocêncio confirmou a ida de Luís Eduardo para a coordenação política.

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