São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997 |
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Tabelinhas coroam exibição de gala tricolor
ALBERTO HELENA JR.
Mas, sobretudo, estilhaçaram esse Palmeiras que vinha sendo mal remendado desde a metade da fase anterior do campeonato. A bem da verdade, a fissura no Palmeiras começou com a ruptura na área de gestão do clube, que resultou no esfriamento das relações com a Parmalat. Ao invés dos reforços, dispensas, como a de Luizão. Se bem pensado, a dupla Aristizábal-Dodô, que definiu o jogo de ontem com suas tabelinhas mágicas, acabou substituindo o duo Luizão-Viola, ausência fatal para o alviverde de ontem, um bando desconexo de jogadores de meio-campo, sem nenhuma agressividade. Tanto, que a primeira defesa executada por Rogério foi aos 34min do primeiro tempo. Agora, sem Djalminha e Cafu, então... * Todo treinador costuma dizer que jogo se decide nos detalhes. Pode ser uma fuga de responsabilidade, mas é também verdade. Pelo menos, isso se deu no clássico de sábado, que terminou lá no placar: Corinthians 4, Santos 3. Pra começo de conversa, visto assim, fica a impressão que foi um jogo alucinante, disputado o tempo todo nas duas áreas de perigo. Afinal, sete gols num clássico decisivo é saldo altíssimo. Mas, na realidade, embora a partida fosse disputada em alta tensão, poucas foram as chances desperdiçadas de lado a lado. E aqui é que entra o nosso personagem -o detalhe. No primeiro gol do Corinthians, um disparo de canhota de Marcelinho de fora da área, se a bola se desviasse um pouquinho pra cá, Zetti teria espalmado, um pouquinho pra lá, bateria na trave -como bateu-, mas voltaria para a pequena área. No segundo, houve o escorregão inesperado de Narciso, que permitiu Mirandinha dominar a bola sem qualquer pressão, na cara do goleiro. Claro que, nessa linha, costuraríamos uma outra realidade. Ou, talvez, não, se fossemos colhendo ao longo da partida os fragmentos de equívocos e azares de lado a lado. O fato é que venceu o Corinthians. Mesmo jogando quase todo o segundo tempo com apenas dez jogadores contra 11 do Santos. E a sensação que restou é a de que, enquanto os corintianos estão com um dedo, ao menos, na taça do campeonato, o Santos caiu fora. A quem pensar assim, dou um conselho: cuidado, gente, cuidado com os detalhes. * Ronaldinho é mesmo um desses eleitos que, por mais ausentes ao longo de uma partida, têm que ficar em campo até o apito final. O golaço que marcou sábado, que manteve o Barça com esperança de chegar ao título, foi, claro, fruto do empenho e do talento do craque. Disputou a bola, perdeu, desabou de costas no chão, levantou-se, dominou-a, partiu pra cima de dois adversários, driblou-os e tocou no canto, a meio minuto do fim. Mas só isso não diz tudo. Texto Anterior: Treinadores desconsideram resultados Próximo Texto: Chuva de gols Índice |
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