São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Roberto Alagna vem ao Brasil em julho

Tenor se apresenta em Campos do Jordão

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Roberto Alagna vem ao Brasil em julho. Acompanhado de sua mulher, a soprano romena Angela Gheorghiu, o tenor faz apresentação única no dia 26, no auditório Cláudio Santoro, em Campos do Jordão.
Aos 33 anos, Alagna, parisiense de origem napolitana, está sendo aclamado no mundo todo como o "quarto tenor", o único de sua geração com voz -e principalmente carisma- para suceder a envelhecida trinca formada por Carreras, Domingo e Pavarotti.
É difícil saber se ele vai corresponder às expectativas. Sua voz tem volume e um belo timbre escuro, mas as dificuldades em controlar os agudos às vezes decepcionam nos papéis italianos.
Por outro lado, a elegância do fraseado, a dicção perfeita e a segurança da atuação cênica fazem dele um artista perfeito no repertório francês.
A parceria com Gheorghiu é mais um item no marketing do tenor, cuidadosamente preparado por sua gravadora, a EMI. Para todos os efeitos, eles se conheceram -e se apaixonaram- durante uma montagem da ópera "La Bohème", de Puccini. O casamento dos dois aconteceu em abril do ano passado, em Nova York -justamente quando "La Bohème" marcava a estréia de Alagna no Metropolitan.
Filho de pedreiro, o tenor não recebeu educação musical. Dividia o tempo entre os estudos e a vida de cantor pop em pizzarias e cabarés parisienses até ser descoberto por Gabriel Dussorget, professor de canto.
Sua discografia inclui as óperas "L'Elisir d'Amore", de Donizetti (Erato), "La Traviata" e "Rigoletto", de Verdi (Sony), "Os Contos de Hoffman", de Offenbach (Erato), "La Bohème" (EMI) e "Don Carlos", de Verdi (EMI), além de um vídeo de "Romeu e Julieta", de Gounod (Pioneer) e dois álbuns solo pela EMI.
Com Gheorghiu, o tenor lançou no ano passado um disco pela EMI. Neste mês, a gravadora está colocando no mercado mundial a primeira ópera completa do casal: "La Rondine", de Puccini. A soprano romena está longe de ser um mero apêndice de Alagna. Tem uma carreira fonográfica autônoma e firme no selo London.

Texto Anterior: Ayo lidera grupo de câmara italiano em SP
Próximo Texto: EUA descobrem Peru pré-colombiano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.