São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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Família tem museu em Lima

ADRIANE GRAU
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM SÃO FRANCISCO

Quem acusa os conquistadores de destruir sem piedade os tesouros peruanos deve poupar críticas a pelo menos um descendente dos espanhóis. Rafael Larco Herrera era um senhor de terras que começou a colecionar vasos de cerâmica antigos em 1903.
Sua paixão pela arqueologia tornou conhecida a civilização cupinisque e salvou grande parte do patrimônio de seu país.
Mas Larco Herrera não parecia ser apegado materialmente a suas descobertas. Numa visita a Espanha no início dos anos 20, percebeu que o Museu Arqueológico de Madri não tinha peças peruanas. Doou então toda sua coleção, mantendo apenas um vaso.
O vaso serviu para ele começar de novo. E novamente se desfazer de 600 peças em 1925. Foi quando ele passou a coleção para seu filho, Rafael Larco Hoyle.
Hoyle era um engenheiro agrônomo formado nos Estados Unidos que tinha grande tino para os negócios e também gostava de compartilhar com outros sua fortuna. Já em 1926 ele fundou, na sede da fazenda Chiclin, o museu batizado com o nome de seu pai.
Maior coleção do mundo
Realizou ainda várias expedições arqueológicas e escreveu livros em que analisa seus achados. Foi por causa dele que a coleção se multiplicou.
Atualmente a família é dona da maior coleção arqueológica privada do mundo. No Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera, em Lima, estão permanentemente expostas 48 mil peças.
"Críticos ingleses disseram, na inauguração do museu, que parecia um depósito", revela Augusto Alvarez Calderon, casado com a herdeira Isabel Larco. "Mas a nossa intenção é mesmo deixar tudo nas prateleiras, para que estudantes e especialistas possam investigar seus significados".
(AG)

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