São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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Mudanças no futuro são incertas

DA REDAÇÃO

A extensão das mudanças que podem ser levadas a cabo pelo novo presidente do Irã dependerá das alianças que ele fizer com os conservadores e da disposição que ele tiver para se opor à vontade do aiatolá Ali Khamenei.
Pela Constituição do país, Mohammad Khatami vai ocupar o cargo público mais importante do país, inferior apenas ao do líder religioso. Ele toma as decisões administrativas, mas ainda cabe ao líder Khamenei, na prática o homem forte do país, "delinear as políticas gerais", lidar com as questões de paz e guerra e propor decretos a serem submetidos a referendo.
A grande questão, portanto, é saber como os aiatolás conservadores vão reagir frente a um presidente que tome medidas contrárias -como uma eventual aproximação com países vizinhos.
Dois grupos
Khatami pertence ao mesmo grupo político do atual presidente, Ali Akbar Hachemi Rafsanjani. Rafsanjani deve continuar interferindo na política iraniana, inclusive com um cargo consultivo, e prometeu ajudar Khatami "em algumas questões" -ou seja, os moderados estarão fortalecidos como nunca desde o advento da República Islâmica, em 1979.
Mas as primeiras declarações de Khatami e de Rafsanjani após as eleições (e a resposta cortês dos conservadores) mostram que não haverá um conflito aberto, mas, eventualmente, uma liberalização lenta e gradual.

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