São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997 |
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Esquerda sai na frente na França
MARTA AVANCINI
Resultados oficiais parciais dão 40,3% dos votos para a esquerda, 37,2% para a direita, 14,4% para a Frente Nacional (extrema direita) e 7,83% para os ecologistas. O resultado computa 21 milhões de votos em 214 distritos de um total de 577. Três pesquisas de boca-de-urna dão entre 38,4% e 47,5% para a esquerda. A direita deve ficar com cerca de 36% dos votos. Se a esquerda conseguir manter o bom desempenho no segundo turno, que acontece no próximo domingo, o bloco pode conquistar a maioria da Assembléia Nacional. O resultado de ontem ameaça a estratégia do presidente Jacques Chirac, que antecipou as eleições para tentar maioria na Assembléia até o fim do seu mandato, em 2002. Antes da dissolução, o governo tinha 464 deputados. Chirac antecipou as eleições acreditando poder manter a maioria, e, assim, adotar as medidas de ajuste econômico para adequar a França aos critérios da unificação monetária. A expectativa de uma abstenção recorde não devem se confirmar. Ela deve ser de, no máximo, 32,8% -pouco acima do primeiro turno das legislativas de 93, 30,9%. O primeiro-ministro Alain Juppé admitiu que o resultado significa que os franceses querem mudanças. O socialista Lionel Jospin pediu a união dos eleitores da esquerda. O presidente da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, defendeu a demissão de Chirac. Pesquisa Sofres-"Le Monde"-TF1 dá à direita um total de 36,5% dos votos, dos quais a coalizão RPR-UDF fica com 31%, a direita independente com 3% e as diversas direitas com 2,5%. O bloco da esquerda teria 47,2% -os partidos Socialista e Radical Socialista ficam com 26,8%, o Partido Comunista com 9,6%. A Frente Nacional, partido de extrema-direita, pode ficar com 15,3% dos votos. Em número de cadeiras, RPR-UDF (Reunião pela República-União pela Democracia Francesa) teriam entre 255 e 287. Por essa projeção, a direita teria, na melhor das hipóteses, dois deputados a menos que o necessário para obter a maioria -289 de 577. Somadas as projeções para os partidos de esquerda, o bloco teria de 263 a 302 deputados. A Frente Nacional fica com até três vagas. Para o instituto CSA, a esquerda vai ter 40,8% dos votos, a direita 36% e a Frente Nacional 15,3%. O instituto BVA dá 38,% para a esquerda, 36,7% para a direita e 15,2% para a Frente Nacional. Texto Anterior: Remédio fez jovem matar, diz advogado Próximo Texto: Indiferença dos eleitores marca domingo de sol Índice |
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