São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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Venda de votos; Políticos e pandeiristas; Fitas e fatos; Violência nas escolas; Balas perdidas; Incentivos culturais; Plano Diretor; Paz para a Palestina

Venda de votos
"A arma mais poderosa e decisiva da guerra deflagrada pelo governo para barrar a CPI da venda de votos da reeleição foi, sem dúvida, a renúncia dos deputados acreanos. Pelo visto, o episódio acabará restrito a esses dois parlamentares.
Gostaríamos todos nós -inocentes neobobos que habitam esta nação- de saber quanto se pagou aos renunciantes por isso e pelo silêncio que guardarão sobre o assunto."
Oswaldo Catan (São Paulo, SP)
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Como advogado no Estado do Amazonas, observo com cautela as acusações lançadas contra o governador Amazonino Mendes, em face de sua fragilidade."
Nilmar Costa (Manaus, AM)
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"Depois de ouvir o nhenhenhém lacrimoso do amigo do Serjão, o velho e bom Brizola lavou a minha alma na noite de quinta. Obrigadão, Briza!"
Salvador Eugenio Junior (Campinas, SP)
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"Parabéns à Folha pela coragem e grandeza em divulgar as gravações do 'Senhor X'. Quando a imprensa atua de forma independente, trazendo a verdade à população, merece todo o nosso respeito."
Luiz Nunes de Brito (Rio de Janeiro, RJ)

Políticos e pandeiristas
"Para mim, o maior cronista brasileiro hoje é Carlos Heitor Cony. Entretanto, mesmo compreendendo sua revolta com a maioria dos políticos, não poderia deixar de manifestar meu espanto com a comparação entre eles e os pandeiristas. Russo do Pandeiro, Pernambuco, Jorginho e outros grandes da MPB certamente se ofenderiam."
Osmar Baroni, pandeirista do Grupo ChoroCultura (Uberaba, MG)

Fitas e fatos
"'Fita sem fato. E os fatos sem fita?' O ex-consultor geral do insuspeito governo Sarney continua brilhante no verbo e na palavra.
Acho, no entanto, que Saulo Ramos devia ter tido o cuidado de não lembrar, em seu artigo de 20/5, a exumação do cadáver de Suzana Marcolino. Na nossa memória também há cadáveres que podem ser exumados a qualquer momento; basta que alguém nos faça lembrar deles."
Tailor Diniz (Porto Alegre, RS)

Violência nas escolas
"Obtivemos da secretária estadual de Educação, Roserly Tereza Neubauer, o compromisso de implantar ainda no segundo semestre de 97 o 'Programa de Combate à Violência nas Escolas'.
Já está comprovado que a maioria das ocorrências de violência nas escolas públicas, como depredações, furtos, agressões e tráfico de drogas, é cometida por alunos que foram alijados das escolas.
Portanto, só vai ser possível combater a violência com um programa que tenha a participação da própria comunidade."
Hamilton Pereira, deputado estadual pelo PT-SP (Sorocaba, SP)

Balas perdidas
"Não há que se falar em bala perdida. A arma existe e o tiro foi dado. Cabe, então, responsabilizar o Estado pela indenização das vítimas. O termo 'bala perdida', usado com frequência, garante uma certa isenção do Estado em relação à segurança pública.
Está na hora de a Justiça brasileira condenar o Estado a indenizar as vítimas das balas perdidas. Se é difícil a localização do autor do disparo, não tanto assim a localização do co-autor, aquele que deveria promover a segurança e o bem-estar dos cidadãos."
Roberto Cezar Vaz da Silva (Curitiba, PR)

Incentivos culturais
"Parabéns para a Ilustrada, que vem colocando seus leitores bem no meio da guerra que a área cultural enfrenta para obter investimentos e/ou patrocínio por meio das leis de cultura.
As reportagens que têm saído demonstram que nossas leis de incentivo à cultura, no âmbito federal, estadual ou municipal, estão na verdade se transformando em leis de incentivo à tortura na cultura.
Entretanto, algumas informações em assuntos importantes ainda não ficaram muito claras para os leitores; por exemplo, quando se menciona que o cinema recebeu R$ 61 milhões de empresas que se beneficiaram com a renúncia fiscal do governo por intermédio da Lei do Audiovisual.
Não se esclarece que, dessa quantia, mais de R$ 40 milhões continuam bloqueados no Banco do Brasil. O produtor só pode tocar no dinheiro depois que 60% do orçamento é obtido, enquanto os captadores de recursos recebem suas comissões no exato momento em que os negócios são fechados.
Tal aberração é anticapitalista e coloca o cineasta na mesma situação constrangedora do índio que não pode administrar as próprias riquezas de suas reservas."
Noilton Nunes (Rio de Janeiro, RJ)

Plano Diretor
"O surgimento dos grandes centros urbanos, historicamente, foi pautado pela lógica de acúmulo do capital, baseado fundamentalmente na expansão industrial e comercial, sem preocupação com as necessidades de seus habitantes.
O anteprojeto de lei do Plano Diretor da cidade de São Paulo, apresentado pelo prefeito Celso Pitta, não se diferencia em nada desse uso predatório das cidades brasileiras.
O plano limita-se a apenas autorizar, mediante pagamento de uma taxa, a construção de edifícios em bairros que já possuem boa infra-estrutura urbana, acima do limite estabelecido pela lei em vigor.
Sendo assim, o poder público entregará para os predadores urbanos a parte da cidade na qual, até hoje, foi investida a maior parcela dos recursos públicos, causando piora no sistema viário, na rede de esgoto e no abastecimento de água e luz em função do aumento populacional desses bairros."
Raimundo Bonfim, membro do Fórum Nacional de Reforma Urbana -FNRU (São Paulo, SP)

Paz para a Palestina
"Nós, da Frente Brasil para a Libertação da Palestina, estamos perplexos com o pequeno desenvolvimento no processo dito 'de paz' que deveria estar acontecendo na região.
Os patrocinadores do referido processo estão defendendo somente os interesses sionistas, em detrimento do real interesse, que seria a igualdade.
Os palestinos continuam sendo 'gado de manobra' das potências ocidentais, que defendem o que Israel faz, apenas com algumas tímidas condenações por meio da ONU e nada mais.
Os países árabes também de nada são capazes, e, em consequência disso, quem paga são os palestinos."
Fernando Al-Egypto, da Frente Brasil para a Libertação da Palestina (Petrópolis, RJ)

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